8 5
Siga o OTD

Laguna Olímpico

Há 40 anos, acabava o jejum de ouros olímpicos do Brasil

Após mais de duas décadas sem vitórias, o esporte olímpico brasileiro comemorou em um 28 de julho finalmente uma medalha de ouro, com a dupla da vela Alex Welter e Lars Bjorkstrom

Vela Alex Welter Lars Bjorkstrom
Alex Welter e Lars Bjorkstrom na premiação da medalha de ouro na Olimpíada de Moscou (Arquivo Pessoal/Lars Bjorkstrom)

Para quem festejou a campanha do Brasil na Olimpíada Rio-2016, quando o país bateu seu recorde de medalhas de ouro numa mesma edição (sete), é bom saber que nem sempre foi assim. Pelo contrário, o metal dourado era artigo raro e de luxo nas delegações olímpicas brasileiras. Mas há 40 anos, um incômodo jejum de ouros finamente terminou nos Jogos de Moscou-1980. Nas águas geladas de Tallin, capital da Estônia e então uma das repúblicas soviéticas, Alex Welter e Lars Bjorkstrom, na vela,  conquistaram naquele 28 de julho a primeira medalha de ouro do Brasil após 24 anos.

A última vez que o hino nacional brasileiro havia tocado em uma Olimpíada havia sido em 1956, nos Jogos de Melbourne. O responsável pelo feito foi Adhemar Ferreira da Silva, que então assegurou o bicampeonato olímpico na prova do salto triplo, do atletismo.

+ O blog está no Twitter. Clique e siga para acompanhar

Embora já tivesse conquistado medalhas em campanhas olímpicas anteriores, a vela até então nunca havia consagrado um campeão na história dos Jogos. E além de Welter e do sueco naturalizado Bjorkstrom, em Moscou-1980 veio ainda uma outra medalha de ouro. Um dia depois da glória alcançada pela dupla na classe Tornado, outra dupla garantiu o primeiro lugar. No dia 29 de julho, Marcos Soares e Eduardo Penido foram campeões na classe 470.

O mais irônico neste fim de jejum de ouros olímpicos é que ele veio com relativa facilidade. Com uma regata de antecedência, Welter e Bjorkstrom asseguraram o ouro no dia 28 e nem precisariam participar da última regata, no dia seguinte. Ainda assim, colocaram o barco na água e terminaram em quinto.

+ Curta a página do blog no Facebook

Folha de S. Paulo fim do jejum de ouros olímpicos do Brasil
Reprodução da página da “Folha de S. Paulo” de 29 de julho de 1980, que destacava a medalha de ouro da vela do Brasil na Olimpíada de Moscou

Como registrou a reportagem da “Folha de S. Paulo” na edição de 29 de julho, a conquista superou as expectativas da delegação brasileira. “Nossos cálculos incluíam medalhas, mas de bronze, e veja o que aconteceu. Já temos uma de ouro e podemos conseguir outra amanhã (hoje). Por mim, esta que o Alex e o Lars ganharam mostra o alto nível técnico da vela do Brasil”, afirmou Clovis Puperi, chefe da equipe brasileira de vela em Moscou.

+ O blog também está no Instagram. Siga

Ainda naquela edição da Folha, Lars Bjorkstrom, um sueco que chegou ao Brasil por causa de uma viagem de moto pela América Latina nos anos 70 e por aqui ficou, mostrava-se até assustado com a conquista. “Superou as nossas expectativas. Acreditávamos que os soviéticos, atuais campeões do mundo, venceriam pelo conhecimento da raia”.

Ainda bem que erraram a previsão, cá entre nós.

Mais em Laguna Olímpico