Não poderia ter sido mais feliz a definição dos dez nomes que integrarão a próxima lista dos homenageados no Hall da Fama do COB (Comitê Olímpico do Brasil), anunciada na última terça-feira (28).
Sem desmerecer nenhum daqueles já eternizados nas duas edições anteriores do prêmio, ou mesmo entre os novos indicados, o fato é que a comissão avaliadora acertou em cheio ao escolher verdadeiras lendas do esporte olímpico brasileiro. Ou alguém discorda da importância de Adhemar Ferreira da Silva, Wlamir Marques, Aída dos Santos e Tetsuo Okamoto na história do movimento olímpico deste país?
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Para o meu gosto, estes quatro gênios, cada um em sua respectiva modalidade, já deveriam fazer parte desde a primeira lista. Entendo os critérios apontados pelo COB na ocasião da edição inaugural do Hall da Fama, em 2018. Mas ao se fazer uma breve análise da história olímpica brasileira, é possível entender o motivo da minha preferência por colocá-los na primeira relação de homenageados.
Os dois ouros de Adhemar no salto triplo, em Helnsique-1952 e Melbourne-1956, ajudaram a mudar o patamar do Brasil no universo olímpico. Em Jogos Olímpicos, éramos meros coadjuvantes. Com Adhemar, tínhamos alguém que servia de referência diante de estrelas de outros países, um atleta que, vejam só, inventou a volta olímpica!
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Para as mulheres, o nome de Aída dos Santos é um exemplo de perseverança e pioneirismo. Única mulher na delegação nos Jogos de Tóquio-1964, a atleta carioca do salto em altura não contou nem com a ajuda de um treinador naquela campanha. Na verdade, os dirigentes não acreditavam que ela passasse das eliminatórias. Só que Aída não apenas se classificou como também terminou a final em quarto lugar. Nunca uma brasileira havia ido tão longe até então numa Olimpíada.
Outro pioneiro premiado no Hall da Fama foi Tetsuo Okamoto, primeiro medalhista da natação do Brasil na história dos Jogos. Em Helsinque-1952, ele ficou com a medalha de bronze nos 1.500 m livre. Um ano antes, havia conquistado duas medalhas de ouro e uma de prata na primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, em Buenos Aires (ARG).
Por fim, mas não por último, a importância da escolha de Wlamir Marques. Representante da melhor e mais vencedora geração do basquete masculino brasileiro. No período em que o “Diabo Loiro” jogou, o Brasil foi nada menos do que bicampeão mundial e duas vezes medalhista olímpico – bronze em Roma-1960 e Tóquio-1964 (quando foi o porta-bandeira do Brasil no desfile de abertura), entre outras conquistas.
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Diga-se de passagem, a geração de Wlamir, Amaury, Rosa Branca, Ubiratan, Edson Bispo e outros craques, é quase ignorada pelas novas gerações.
O Hall da Fama do COB ficou ainda mais representativo com a presença destas quatro lendas do esporte olímpico brasileiro.
PS: parabéns também aos demais integrantes da edição de 2020. Entre eles o técnico Zagallo, campeão com o Brasil na Copa do Mundo de 1970, no México. Além dele, foram indicados Aurélio Miguel (judô, ouro em Seul-1988), Bernard Rajzman (vôlei, prata em Los Angeles-1984), Reinaldo Conrad (vela), o técnico Nelson Pessoa (hipismo) e Sebastián Cuattrin (canoagem velocidade).