A primeira vez que tomei conhecimento do que era a Holanda no universo do esporte foi da melhor forma possível. Com apenas 10 anos, a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, foi a primeira que acompanhei para valer. E além de torcer muito pelo tetra da seleção brasileira, via e lia tudo que podia sobre um estranho time de camisas laranjas e que jogava muita bola.
Bem, pelo menos na transmissão diziam que eram laranjas, porque a gente ainda não tinha TV a cores. Só mesmo nas reportagens da saudosa revista “Placar” é que dava pra confirmar mesmo que as camisas da Holanda eram laranja. Mas como estava pistola com a vitória deles sobre o Brasil no quadrangular semifinal, torci para a Alemanha na final (um pecado justificado pela pouca idade).
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Quando comecei a me interessar e pesquisar sobre a história das Olimpíadas, descobri que Amsterdã, na Holanda, recebeu os VIII Jogos de Verão da Era Moderna, em 1928. Ainda pelos livros, conheci a incrível história da holandesa Fanny Blankers-Koen, que ganhou quatro medalhas de ouro no atletismo na primeira Olimpíada pós-Segunda Guerra, em Londres-1948.
Já como jornalista, vi os holandeses levarem um sacode do Brasil na final do vôlei masculino em Barcelona-1992. E presenciei “in loco” um nadador holandês de sobrenome quase impronunciável (Pieter van den Hooganband) “calar” o ginásio aquático de Sydney-2000 e derrotar o ídolo australiano Ian Thorpe na final dos 200 m livre.
Mas por que raios este blog está falando tanto da terra das tulipas e dos moinhos de vento? Simplesmente porque a partir deste ano, a Holanda não quer mais ser chamada de… Holanda! O nome oficial passará a ser Países Baixos.
Promover o turismo
O governo dos Países Baixos deseja promover melhor o turismo em todo país. Holanda é apenas uma parte do país, porém a mais rica e populosa. Ao mudar o nome do país para Países Baixos, o governo espera aliviar alguns dos problemas, como a superlotação em Amsterdã e incentivar os estrangeiros a visitarem outros lugares. Todo um reposicionamento global de marketing será feito para atualizar o novo nome do país. Em Tóquio-2020, oficialmente já estará valendo Países Baixos, em português.
Mas não será apenas a Holanda (que me desculpem os neerlandeses, mas vai ser difícil me acostumar com as novas regras) que estará rebatizada na próxima Olimpíada. Outras nações também mudaram seus nomes e talvez nem você tenha se dado conta disso.
- Macedônia do Norte – Após uma longa disputa com a Grécia, que possuí uma região com o mesmo nome, o governo macedônio promoveu um plebiscito e em fevereiro de 2019 o novo nome entrou em vigor.
- Eswatini – Antiga Suazilândia, trocou de nome em 2018, por decisão do rei Mswati III, passando a adotar o nome de Reino de Eswatini. O COI (Comitê Olímpico Internacional) já adotou a nova nomenclatura do país em seu site oficial.
- Chéquia (ou República Checa) – O governo fez um pedido formal à ONU para a mudança em 2016, e teve o pleito atendido. A justificativa foi para promover a identidade do país no cenário nacional. Internacionalmente, contudo, o novo nome ainda “não pegou”. Tanto que o próprio COI ainda chama o país de República Checa em seu site.
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