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Mudança da maratona olímpica pelo risco do calor irrita governadora de Tóquio

Yuriko Koike não aceitou a decisão do COI em transferir as provas da maratona e marcha atlética para a cidade de Sapporo

Yuriko Koike não concorda com a decisão do COI de tirar maratona e marcha atlética de Tóquio por causa do calor (BEHROUZ MEHRI / AFP)

Uma grande crise foi aberta com a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) em tirar a maratona e a marcha atlética de Tóquio, durante a Olimpíada do ano que vem. O motivo que fez com que as duas provas fossem transferidas para Sapporo, a 800 km da sede dos Jogos, foi a ameaça dos efeitos do calor do verão japonês. Só neste ano, 57 pessoas morreram em decorrência dos efeitos do calor excessivo. Além disso as cenas de atletas desmaiando ou desistindo na maratona e na marcha no Mundial de atletismo realizado em Doha (QAT), em outubro, reforçaram a decisão do COI.

Mas como diz a piada, faltou combinar com os russos. No caso, faltou acertar tudo com Yuriko Koike, governadora de Tóquio, que nesta quarta-feira (30) decidiu deixar clara sua insatisfação com a decisão.

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Durante a abertura da Comissão de Coordenação do COI em Tóquio, Koike foi claro no recado aos cartolas da entidade e do comitê organizador, mostrando que discordou totalmente de uma decisão que, segundo ela, foi “chocante e sem nenhuma explicação”.

“Foi uma reviravolta sem precedentes para o COI adotar uma proposta sem consulta ou discussão prévia com a cidade anfitriã. Foi um grande choque para o Governo Metropolitano de Tóquio e para os nossos cidadãos. Estamos a nove meses para a abertura dos Jogos e estamos entrando nos preparativos finais”, disse a governadora de Tóquio, cargo equivalente ao de prefeita, em uma comparação com o nosso sistema político.

Koike, que abordou a questão para os jornalistas antes de deixar a reunião, ainda foi irônica ao lembrar as palavras do presidente do COI, o alemão Thomas Bach, de que nunca havia visto uma cidade mais preparada para receber a Olimpíada do que Tóquio.

Yuriko Koike disse ainda que foram realizadas diversas ações para redução dos efeitos do calor durante os Jogos. Entre elas, calçadas apropriadas para diminuição da temperatura e alterando os horários de vários eventos. Depois de lembrar que os atletas deveriam ser ouvidos neste processo, a governadora de Tóquio foi enfática em querer a presença da maratona e da marcha atlética na capital japonesa.

Visivelmente constrangido, o australiano John Coates, presidente da Comissão de Avaliação, tentou amenizar o “climão”. Ele disse que o COI é muito grato ao governo de Tóquio por todo o trabalho na organização da Olimpíada. Disse ainda que a entidade “procuraria chegar a um consenso sobre a mudança de locais de eventos”.

Pelo jeito, esta novela ainda vai longe.

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