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É duro admitir, mas o Coronavírus já abalou Tóquio-2020

Aumento de eventos cancelados atrapalha a preparação de atletas. Enquanto isso, dirigentes tentam manter otimismo, mas pensando no pior

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A ministra da Olimpíada de Tóquio falou que a possibilidade de adiamento dos Jogos está prevista em contrato (Reprodução/Facebook)

Os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) participaram nesta terça-feira (3) da abertura de uma reunião do comitê executivo da entidade. A princípio, seria mais um encontro protocolar para discutir temas diversos. Horas depois do encontro iniciado, a divulgação de uma nota oficial para tratar do tema Coronavírus na Olimpíada de Tóquio-2020 mostrou que a reunião não deve ter sido tão tranquila assim.

É difícil dizer isso, mas temos que reconhecer que o Covid-19, nome oficial do vírus, abalou definitivamente os Jogos de Tóquio. Resta saber qual será a dimensão deste abalo.

Há vários lados desta questão que estão no olho do furacão com o crescente aumento no número de casos do Coronavírus em todo o mundo.

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Em um primeiro momento, os grandes afetados estão sendo os atletas. Indiscriminadamente. A coleção de competições sendo canceladas, adiadas ou tendo suas sedes mudadas (o menos ruim, convenhamos) tem causado um transtorno enorme na reta final da preparação olímpica de muitos deles. Ou, que é pior ainda, atrapalhando a própria disputa por uma vaga nos Jogos. Afinal, muitos destes eventos são qualificatórios para Tóquio.

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O mais recente cancelamento destes eventos aconteceu nesta terça. A IJF (Federação Internacional de Judô) anunciou o cancelamento do Grande Prix de Rabat, no Marrocos. A competição deixará de ser disputada atendendo a um pedido do governo marroquino, por questões de saúde pública (leia-se Coronavírus).

O crescimento de casos notificados, em especial no Japão, serviu para ligar o sinal amarelo (quase vermelho) dentro do governo japonês. Já são 268 casos confirmados no país e seis mortes. Alguns eventos que testariam as instalações olímpicas foram cancelados, a Maratona de Tóquio teve apenas a participação de atletas de elite. Até aí, tudo estava sendo relativamente administrado com calma pelos organizadores.

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Até que veio a participação da ministra da Olimpíada de Tóquio, Seiko Hashimoto, em um encontra no legislativo japonês. Embora não tenha sido taxativa, ela foi a primeira autoridade do país a admitir que os Jogos poderiam ser adiados para uma data que não seja a que está programada.

“O COI tem o direito de cancelar os Jogos somente se eles não ocorrerem dentro de 2020. Isso pode ser interpretado como a possibilidade de serem adiados, contanto que sejam realizados durante esse ano”

Seiko Hashimoto, ministra da Olimpíada de Tóquio

Alguém consegue imaginar o tamanho do nó que estas palavras estão causando na cabeça de atletas, dirigentes, mídia e torcedores em todo o mundo?

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Não foi à toa, portanto, que Thomas Bach, presidente do COI, tratou de correr para fazer uma declaração em um dos intervalos da reunião do comitê executivo. Botar água na fervura, como é bem seu estilo. O alemão voltou a falar os Jogos acontecerão normalmente, na data estipulada, e reforçou aos atletas para seguirem firmes em sua preparação. Ou seja, nada muda.

Talvez a confiança de Bach esteja fincada nos contratos milionários assinados entre o COI e o governo japonês. “The show must go on”, é o lema dos cartolas olímpicos. Para isso, contudo, ele precisa contar com uma ajudinha do Coronavírus, para que seus efeitos não piorem as coisas além do que já estão. Só palavras bonitas não adianta nada.

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