Acabou a paciência do COI com a Aiba (Associação Internacional de Boxe). O Comitê Executivo da entidade nesta quarta-feira (22) recomendou que seja mantido o boxe para a Olimpíada de Tóquio-2020, mas que a Aiba perca o seu reconhecimento como entidade responsável pela modalidade. Na prática, haverá boxe nos próximos Jogos, mas o torneio terá intervenção direta do Comitê Olímpico Internacional. A decisão precisa ser referendada na próxima Assembleia Geral, marcada para junho, em Lausanne (SUI).
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O anúncio feito pelo COI nesta quarta-feira acontece após a conclusão de uma comissão criada especialmente para analisar a situação da Aiba no comando do boxe olímpico mundial. Desde o ano passado, a entidade estava na mira do COI, em razão de denúncias de má administração financeira e até de manipulação de resultados ocorridas durante a Olimpíada Rio-2016.
A situação passou a ficar insustentável quando foi eleito para a presidência da Aiba o uzbeque Gafur Rakhimov. Ele é investigado pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, acusado de envolvimento com o crime organizado na Ásia. Em março deste ano, na tentativa de evitar que o boxe fosse excluído da Olimpíada de 2020, Rakhimov anunciou seu afastamento do comando da Aiba.
A renúncia do cartola salvou o boxe olímpico em Tóquio, mas não a Aiba. As recomendações tomadas nesta quarta-feira asseguram a presença da modalidade, mas sob a tutela do próprio COI.
Segundo Thomas Bach, presidente do COI, será criada uma força-tarefa para organizar o torneio olímpico. Para se ter uma ideia, nem mesmo os critérios de qualificação tinham sido definidos. O COI pretende desenvolver um sistema de qualificação, a ser anunciado até o final de junho. Os eventos pré-olímpicos deverão ocorrer entre janeiro e maio de 2020. Também deverão ser confirmadas por esta força-tarefa as categorias que serão disputadas na próxima Olimpíada.
O que já se sabe é que Tóquio-2020 deverá contar com 286 boxeadores, divididos em oito eventos masculinos e cinco femininos. O COI pretende iniciar uma discussão para que nos Jogos de Paris-2024 aumente a igualdade de gênero nos eventos de boxe.
Em relação à Aiba, o reconhecimento da entidade perante ao COI só voltará a ser discutido após os Jogos de Tóquio. Isso, contudo, deverá ser condicionado à uma mudança radical na política interna. sua organização interna.