A seleção brasileira saiu do Grand Prix de Cancun, no México, com resultados que dão um certo fôlego para o resto do ano. Foram onze pódios e mais cinco atletas que chegaram a disputar o bronze. Porém há ainda motivos para manter o sinal de alerta ligado.
É preciso destacar que o torneio não reuniu muitos dos melhores judocas ranqueados. O Japão, por exemplo, levou apenas um atleta, e não vieram os sul-coreanos e países importantes do leste europeu. Porém, pódios têm sempre valor e há outros resultados a se destacar.
O melhor foi Rafaela Silva, campeã na categoria até 57 quilos após campanha ruim no Mundial de Baku. Ela venceu na final a canadense Jessica Klimkait, que a havia eliminado justamente no Mundial e já vinha se tornando uma pedra em seu sapato. “Estou muito feliz de ver que em duas semanas eu consegui evoluir e mudar o resultado”, avaliou. Foi o único ouro do Brasil no México.
Mayra Aguiar (-73kg) também fez boa campanha após um resultado decepcionante no Mundial. Ainda que sem enfrentar adversárias “de peso”, venceu todas por ippon até a final, quando pegou a japonesa Rita Takayama e sucumbiu, exausta, quando a luta já caminhava para os dez minutos. Poderia ter vencido também, a luta foi bem parelha.
Samanta Soares (-78kg) somou mais um bronze neste ano, o terceiro, com direito a uma bela projeção que valeu o ippon sobre a cabeça-de-chave número 1 do torneio e terceira do ranking mundial, a britânica Natalie Powell (vídeo abaixo, a partir do 5min10s). O feminino teve ainda mais dois bronzes, um com Alexia Castilhos (-63kg), o quarto em cinco competições em seu primeiro com presenças mais frequentes nos maiores torneios internacionais, e outro com Beatriz Souza (+78kg).
Sarah Menezes perdeu a disputa das últimas duas campeãs olímpicas até 48 quilos para a argentina Paula Pareto, ainda nas quartas. Acabou no caminho do bronze, que não veio.
No masculino, o melhor resultado foi de Vitor Penalber (-81kg), com uma prata que encerra um período de resultados ruins. Charles Chibana (-66kg) também voltou a ganhar uma medalha, de bronze, após algum tempo, bem como Marcelo Contini (-73kg), Rafael Buzacarini (-100kg) e Rafael Macedo (-90kg). Contini tem um ouro no Pan de Buenos Aires deste ano. Chibana comemorou o resultado. “Voltar ao pódio é bem gratificante para a gente que treina todo dia”.
Daniel Cargnin (-66kg), outro que começou neste ano a disputar os principais torneios com mais frequência, voltou a registrar uma boa campanha chegando novamente à disputa de medalhas. Não veio, mas ele já tem uma campanha importante no Mundial de Baku e duas pratas nesta temporada.
Quem também fez boa campanha mesmo perdendo a disputa do bronze foi Eduardo Barbosa (-73kg), derrotado apenas pelos dois primeiros cabeças-de-chave da competição. Uma vez na semifinal e, logo a seguir, na disputa pjudoelo terceiro lugar. Foi apenas seu segundo torneio do circuito internacional neste ano.
Alerta – Jessica Pereira (-52kg), cabeça-de-chave número 1, não passou da estreia contra a suíça Fabienne Kocher, que chegou lá como apenas a 61ª do ranking. Maria Suelen Altheman (+78kg) fez o que se esperava dela até a final, mas não conseguiu se livrar de sua pedra no sapato, a cubana Idalys Ortiz. Agora são 14 lutas e 14 derrotas, além da perda da 4ª colocação no ranking para a rival.
David Moura (+100kg) não chegou ao pódio, batendo apenas dois atletas de menor expressão e projetado pelo cubano Andy Granda na semifinal (foto abaixo) e pelo austríaco Daniel Allerstorfer na disputa do bronze. Ainda nos pesados, Ruan Isquierdo ficou na repescagem.
O time brasileiro masculino não vence uma categoria nos grandes torneios desde o final de março.
Outros – Na categoria até 100 quilos, Leonardo Gonçalves chegou à disputa pelo bronze. Gabriela Chibana (-48kg) perdeu na segunda luta, assim como Tamires Crude (-57kg), Tiago Pinho (-81kg) e Felipe Kitadai (-60kg). Ketleyn Quadros (-63kg) ficou na estreia.