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Judocas brasileiros ganham fôlego com alerta ligado

Mesmo com ausências significativas, Grand Prix de Cacun serviu de ânimo para os judocas que foram bem na competição mexicana

(foto: Sabau Gabriela / IJF)

A seleção brasileira saiu do Grand Prix de Cancun, no México, com resultados que dão um certo fôlego para o resto do ano. Foram onze pódios e mais cinco atletas que chegaram a disputar o bronze. Porém há ainda motivos para manter o sinal de alerta ligado.

É preciso destacar que o torneio não reuniu muitos dos melhores judocas ranqueados. O Japão, por exemplo, levou apenas um atleta, e não vieram os sul-coreanos e países importantes do leste europeu. Porém, pódios têm sempre valor e há outros resultados a se destacar.

O melhor foi Rafaela Silva, campeã na categoria até 57 quilos após campanha ruim no Mundial de Baku. Ela venceu na final a canadense Jessica Klimkait, que a havia eliminado justamente no Mundial e já vinha se tornando uma pedra em seu sapato. “Estou muito feliz de ver que em duas semanas eu consegui evoluir e mudar o resultado”, avaliou. Foi o único ouro do Brasil no México.

Mayra Aguiar (-73kg) também fez boa campanha após um resultado decepcionante no Mundial. Ainda que sem enfrentar adversárias “de peso”, venceu todas por ippon até a final, quando pegou a japonesa Rita Takayama e sucumbiu, exausta, quando a luta já caminhava para os dez minutos. Poderia ter vencido também, a luta foi bem parelha.

Samanta Soares (-78kg) somou mais um bronze neste ano, o terceiro, com direito a uma bela projeção que valeu o ippon sobre a cabeça-de-chave número 1 do torneio e terceira do ranking mundial, a britânica Natalie Powell (vídeo abaixo, a partir do 5min10s). O feminino teve ainda mais dois bronzes, um com Alexia Castilhos (-63kg), o quarto em cinco competições em seu primeiro com presenças mais frequentes nos maiores torneios internacionais, e outro com Beatriz Souza (+78kg).

Sarah Menezes perdeu a disputa das últimas duas campeãs olímpicas até 48 quilos para a argentina Paula Pareto, ainda nas quartas. Acabou no caminho do bronze, que não veio.

No masculino, o melhor resultado foi de Vitor Penalber (-81kg), com uma prata que encerra um período de resultados ruins. Charles Chibana (-66kg) também voltou a ganhar uma medalha, de bronze, após algum tempo, bem como Marcelo Contini (-73kg), Rafael Buzacarini (-100kg) e Rafael Macedo (-90kg). Contini tem um ouro no Pan de Buenos Aires deste ano. Chibana comemorou o resultado. “Voltar ao pódio é bem gratificante para a gente que treina todo dia”.

Daniel Cargnin (-66kg), outro que começou neste ano a disputar os principais torneios com mais frequência, voltou a registrar uma boa campanha chegando novamente à disputa de medalhas. Não veio, mas ele já tem uma campanha importante no Mundial de Baku e duas pratas nesta temporada.

Quem também fez boa campanha mesmo perdendo a disputa do bronze foi Eduardo Barbosa (-73kg), derrotado apenas pelos dois primeiros cabeças-de-chave da competição. Uma vez na semifinal e, logo a seguir, na disputa pjudoelo terceiro lugar. Foi apenas seu segundo torneio do circuito internacional neste ano.

Alerta – Jessica Pereira (-52kg), cabeça-de-chave número 1, não passou da estreia contra a suíça Fabienne Kocher, que chegou lá como apenas a 61ª do ranking. Maria Suelen Altheman (+78kg) fez o que se esperava dela até a final, mas não conseguiu se livrar de sua pedra no sapato, a cubana Idalys Ortiz. Agora são 14 lutas e 14 derrotas, além da perda da 4ª colocação no ranking para a rival.

David Moura (+100kg)  não chegou ao pódio, batendo apenas dois atletas de menor expressão e projetado pelo cubano Andy Granda na semifinal (foto abaixo) e pelo austríaco Daniel Allerstorfer na disputa do bronze. Ainda nos pesados, Ruan Isquierdo ficou na repescagem.

David Moura volta sem medalha (foto: Sabau Gabriela/IJF)

O time brasileiro masculino não vence uma categoria nos grandes torneios desde o final de março.

Outros – Na categoria até 100 quilos, Leonardo Gonçalves chegou à disputa pelo bronze. Gabriela Chibana (-48kg) perdeu na segunda luta, assim como Tamires Crude (-57kg), Tiago Pinho (-81kg) e Felipe Kitadai (-60kg). Ketleyn Quadros (-63kg) ficou na estreia.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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