Se as leis aéreas do Azerbaijão cobrarem por peso extra na bagagem, a federação japonesa terá uma conta salgada para pagar na volta do mundial de judô encerrado naquele país, em Baku, nesta quinta 27. Nada menos que dezesseis dos dezoito japoneses que foram à competição individual saem de lá com uma medalha no peito.
O time feminino inteiro subiu ao pódio, sendo que apenas uma atleta não chegou à final e cinco, das nove, levaram o título. Entre os homens, metade chegou à final com dois vencendo.
O domínio maior foi na primeira metade do campeonato, com os japoneses chegando a todas as finais nas oito primeiras categorias. Garimparam quatro ouros e cinco pratas, além de um bronze. Destaque para os pesos leves, onde os irmãos Abe venceram no masculino e feminino, sendo que entre as mulheres a decisão contou com a presença da também japonesa Ai Shishime, campeã mundial de judô até então.
Os resultados mais modestos vieram entre os três mais pesados no masculino, quando “somente” dois bronzes. Entre as mulheres o show continuou acrescentando mais três ouros na conta.
Ao final do torneio individual, de longe o primeiro lugar no quadro de medalhas: sete ouros, cinco pratas e quatro bronzes, quatro medalhas a mais que as 12 do mundial do ano passado, na Hungria (7-4-1). A Coréia do Sul ficou em segundo, somando dois ouros e um bronze.
Não custa lembrar que entre os até 73 quilos o título ficou com o sul-coreano An Changrim, nascido e criado no Japão, onde morou até 2014. Na decisão bateu o ex-compatriota Soichi Hashimoto, um antigo rival nos tempos universitários que chegou ao torneio como número 1 do ranking atrás do tricampeonato.
A apoteose veio no último dia de lutas, na competição entre equipes, onde conseguiram o bicampeonato. Venceram todos os quatro confrontos, ganhando 16 lutas e perdendo apenas três. Na final, 4 a 1 sobre a França após um 4 a 0 na semifinal sobre os coreanos, que pela primeira vez na história competiram sob a mesma bandeira.