Confederação Brasileira de Judô, CBJ, atualiza o padrão de organização e estrutura para competições nacionais visando os próximos eventos
Quem acessa um ginásio para acompanhar ou participar de um dos eventos nacionais da Confederação Brasileira de Judô consegue logo identificar o patamar de qualidade e organização do judô brasileiro. O padrão que confere o “DNA CBJ” aos eventos nacionais vem das páginas do Guia Nacional de Eventos e do Regulamento Nacional de Eventos da CBJ. Em 2018, esses dois documentos foram atualizados e reconstruídos de forma colaborativa, com sugestões de atletas, técnicos, árbitros e gestores da Confederação.
As novas versões, publicadas neste mês pela Gestão Técnica Nacional de Eventos comandada por Matheus Theotonio, trazem um layout mais didático e descritivo de todas as informações necessárias para realizar e participar de um evento da Confederação Brasileira de Judô. É modernização do “padrão CBJ” de eventos.
“Nós já temos um padrão de excelência nos nossos eventos que foi construído e estruturado anteriormente quando a área de eventos foi dirigida com muita competência pelo Robnelson Ferreira, hoje gestor executivo da CBJ. Estamos dando continuidade a esse trabalho e fazendo as mudanças que surgem de acordo com as necessidades atuais”, explica Matheus Theotonio, responsável por coordenar a edição dos documentos junto aos seus assistentes Thiara Bertoli e Marson Albani. “Os próximos eventos do calendário serão os mais impactados diretamente pelas novidades que constam nestas versões do RNE e do GNE. Os Campeonatos Brasileiros Sub-13 e Sub-15 terão a categoria Superpesado, por exemplo, que é uma novidade. O Grand Prix Interclubes e o Troféu Brasil serão praticamente duas competições em uma e seguirão os novos padrões de competições por equipes mistas implantados pela Federação Internacional de Judô e que estará nos Jogos de Tóquio 2020. Essas mudanças já haviam sido divulgadas no início do ano. Agora estamos reforçando para que fique claro para todos”, completa.
O momento de publicação é oportuno também pela proximidade às novas etapas de Credenciamento Nacional de Técnicos, do Recadastramento de Arbitragem e da próxima janela de transferências interestaduais, que acontecerão em julho.
Matheus ressalta que o objetivo dessa atualização foi tornar o Regulamento e o Guia mais funcionais e acessíveis, com tabelas explicativas traduzindo as informações de forma objetiva, mas minuciosa.
Participação coletiva e representatividade na elaboração dos documentos
Quando assumiu a Gestão Técnica Nacional de Eventos, há pouco mais de um ano, Matheus Theotonio implantou um sistema de pesquisa através de questionários distribuídos aos participantes em todos os eventos nacionais. Foram mais de 400 respostas, em sua maioria (40%) vindas de atletas de todos os estados brasileiros, sobre as condições de realização das competições organizadas pela CBJ. A partir dessas avaliações e opiniões enviadas por toda a comunidade do judô brasileiro, foram desenvolvidas as ideias para a modernização do GNE e do RNE.
“Tivemos feedback de dirigentes, técnicos estaduais, árbitros, oficiais de competição e dos atletas, que foram os que mais contribuíram. Recebemos sugestões, por exemplo, de judocas como Sarah Menezes e Luciano Corrêa, que participaram de eventos nacionais em 2017 e nos ajudaram com ideias relevantes”, revela Theotonio.
Integração de árbitros e técnicos
Entre as mudanças que vieram de sugestões da pesquisa estão a melhor divisão das categorias no momento da pesagem; a separação entre as preliminares e as disputas por medalhas na programação dos combates; a reordenação das categorias com disputas de quatro pesos em cada um dos dois dias de eventos; e a integração de árbitros e técnicos no sorteio das chaves, entre outras inovações.
Capacitação e próximos passos em momento de austeridade
O Guia e o Regulamento Nacional de Eventos servem também como ferramentas de capacitação. Esses documentos ficam à disposição para Federações Estaduais, clubes e academias de judô que queiram realizar um evento seguindo o padrão CBJ.
O Guia cumpre o papel de apostila técnica, detalhando cada passo da montagem e estruturação de uma competição. Dessa forma, a CBJ compartilha o seu know how com a comunidade do judô e dá condições a todas as Federações de realizarem eventos de nível nacional ou até internacional.
Vale lembrar que, desde 2011, por meio do Programa de Apoio às Federações (PAF), todos os estados foram equipados com tatames oficiais e equipamentos eletrônicos (TVs, câmeras de vídeo replay e computadores), além de terem acesso gratuito à plataforma digital oficial de gestão de eventos da CBJ, o Zempo.
“Com a conclusão desses documentos, seguiremos para os próximos passos da nossa área. Queremos ampliar a oferta de atividades paralelas aos eventos, como as palestras que já promovemos com professores da USP, Unicamp e representantes do CBC. Ou o debate que fizemos recentemente sobre assédio moral e sexual no esporte com profissionais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Lauro de Freitas”, pontuou o gestor Nacional de Eventos.
Entre tantas ações inovadoras, o tempo passou voando para Matheus Theotonio em pouco mais de um ano na Gestão Técnica Nacional de Eventos:
“Acho que o nosso grande ippon nesse ano foi conseguir promover uma abertura de diálogo e maior aproximação entre técnicos, atletas, árbitros e a CBJ. Essa integração é um dos pilares da gestão do presidente Silvio Acácio no comando da CBJ. Seguiremos assim, pensando sempre em agregar pessoas e valor aos mesmos sem gerar custo extra.”