Para quem não conhece Thiego Marques, ele mesmo se descreve: “Eu sou todo diferentão, para quem não me vê, eu sou muito branco, tenho cabelo laranja. Eu sou bem cheguei, assim, dá pra ver de longe.” O que também se observa de longe, é que o paraense tem talento para o judô. Thiego é vice-campeão mundial e neste domingo (19) conquistou a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. Agora, sua meta é subir no pódio dos Jogos Paralímpicos de Paris no ano que vem.
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Thiego Marques faz parte da nova geração do judô paralímpico do Brasil, que tem conseguido bons resultados nos últimos anos e que deve brilhar na Paralimpíada de Paris. “Você pode ver em todas as últimas edições que o judô paralímpico sempre trouxe mais medalhas que o judô convencional, às vezes medalhas mais importantes. E agora estamos vindo com mais força ainda. Por exemplo, só de termos uma final brasileira aqui no Parapan, mostra para a gente que estamos no caminho certo, estamos treinando certo e Paris é o nosso próximo passo”, afirmou o atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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O judoca não teve um bom começo de ano, mas desencantou nos Jogos Parapan-Americanos, onde conquistou sua primeira medalha em uma competição internacional em 2023. “Estou com aquele sentimento de superação. Foi meu primeiro pódio internacional do ano e ainda no Parapan a gente considera quase como se fosse uma Paralimpíada. Então para a gente é de suma importância a gente estar bem, pontuar no ranking e medalhar. Trazer essa medalha de ouro para o Brasil foi muito incrível”, afirmou Thiego.
Torcida especial
Para conquistar a medalha de ouro em Santiago, Thiego Marques contou com um reforço importante na arquibancada. A mãe do atleta veio diretamente de Parauapebas, no interior do Pará, para assistir pela primeira vez o filho em uma competição. E ela deu sorte, com Thiego vencendo a disputa da categoria até 60kg. “Minha mãe veio diretamente do Pará só para me ver lutar. E já nessa primeira competição eu ganhei a medalha de ouro. Acredito que graças, primeiramente a Deus, depois a ela”, disse o atleta que agora vai ter que comprar uma passagem para levar a mãe para a Paralimpíada no ano que vem. “Com certeza ela vai estar em Paris comigo”, brincou o judoca.
Inspiração
Aos 24 anos, Thiego Marques dedicou metade da sua vida ao judô, treinando desde os 12 anos de idade. A modalidade mudou a vida do atleta que saiu do interior do Pará e hoje vive em São Paulo. O judoca quer que sua história sirva de inspiração para outras pessoas com deficiência possam mudar suas vidas também através do esporte. “Esse é o momento, onde o foco está na gente, que é atleta, pra mostrar pra todos que todo mundo pode. Seja pessoa com deficiência ou qualquer que seja a limitação. Sempre levantar a bandeira do esporte e do judô, porque ele tira qualquer que seja a nossa limitação. Sou um cara que veio do interior do Pará, com deficiência visual, consegue viver na cidade grande, medalhista pan-americano e se Deus quiser medalhista paralímpico. Que isso chegue no ouvido de muita gente e inspire muitas pessoas”, finalizou.