O Brasil fez uma campanha memorável no judô dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. O país teve o seu melhor desempenho na história dos Pans ao conquistar 16 medalhas, sendo sete de ouro, três de prata e seis de bronze, superando o resultado de Guadalajara-2011. Quinze atletas foram ao pódio em disputas individuais e a equipe mista conquistou uma prata nesta terça-feira (31), fechando a competição.
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“Saldo maravilhoso desse Pan. Nós conseguimos bater o recorde de Guadalajara-2011, isso foi muito importante. Esse ambiente de Jogos Pan-Americanos é que nós vamos encontrar lá em Paris, por isso essa é uma competição muito importante para o atleta. Jogos Olímpicos a gente sabe que é de quatro em quatro anos e é o sonho de todos os atletas”, avaliou Kiko Menezes, técnico da seleção brasileira de judô.
Antes de Santiago-2023, o judô brasileiro tinha Guadalajara-2011 como melhor campanha em Jogos Pan-Americanos. Naquela ocasião, foram obtidas 13 medalhas, sendo seis ouros, três pratas e quatro bronzes. Só havia disputas individuais naquele Pan e o Brasil teve um representante em cada uma das 14 categorias. Portanto, só não foi ao pódio em um dos torneios.
Já em Santiago, o Brasil contou com 19 atletas no judô, mas nas mesmas 14 categorias. Isto porque ganhou cinco vagas adicionais com os judocas que foram medalhistas de ouro nos Jogos Pan-Americanos Júnior Cali-2021. Além disso, houve a adição da disputa por equipes mistas neste Pan. Portanto, o país teve 20 chances de medalhas e obteve sucesso em 16 delas.
Os medalhistas
Os sete ouros vieram com: Aléxia Nascimento (48kg), Larissa Pimenta (52kg), Rafaela Silva (57kg), Samanta Soares (78kg), Michel Augusto (60kg), Gabriel Falcão (73kg) e Guilherme Schimidt (81kg). Destes, Aléxia e Falcão haviam sido campeões em Cali-2021 e puderam também subir no lugar mais alto do pódio do Pan “adulto”. Schimidt, Michel e Samanta também fizeram suas estreias na competição.
Bicampeã mundial e campeã olímpica, Rafaela Silva conquistou seu primeiro ouro de Jogos Pan-Americanos, depois de quatro participações – ela chegou a levar o ouro em Lima-2019, mas depois perdeu a medalha por conta de doping. Enquanto isso, Larissa Pimenta conquistou sua segunda medalha de ouro em Pans, após também triunfar na capital peruana há quatro anos.
Além de Rafa, outros dois medalhistas olímpicos foram ao pódio nas disputas individuais em Santiago-2023. Ketleyn Quadros (63kg), primeira mulher medalhista olímpica do judô brasileiro, levou o bronze, assim como Rafael Silva, o Baby (+100kg), dono de duas medalhas olímpicas. A três vezes medalhista mundial Beatriz Souza (+78kg) também conquistou um bronze.
“É muito bom e produtivo ter atletas de diferentes idades medalhando. Isso é o progresso do trabalho. Nós estamos sempre respeitando os atletas que são medalhistas e são consagrados, mas também dando oportunidade para os novos. Nós trabalhamos em várias frentes, com sub-23, sub-21, sub-18 e por aí vai”, falou Kiko.
Dobradinhas inéditas
Além da variedade de pódios entre jovens e atletas consagrados, o judô brasileiro também fez suas primeiras dobradinhas inéditas nos Jogos Pan-Americanos: Gabriel Falcão e Daniel Cargnin foram ouro e prata na categoria até 73kg, enquanto Aléxia Nascimento e Amanda Lima conquistaram ouro e bronze na categoria até 48kg. O Brasil, aliás, foi o único país a ter mais de um atleta no pódio em alguma categoria deste Pan.