Depois de ser eliminada em Londres 2012 nas oitavas-de-final e chorado de raiva, por considerar sua derrota injusta, agora o choro foi de alegria. Nesta segunda-feira, 8 de agosto, embalada pelos torcedores brasileiros na Arena 2, Rafaela Silva venceu com autoridade todas as suas adversárias, incluindo Sumyia Dorjsuren (atual líder do ranking mundial), da Mongólia, na final da categoria até 57 quilos do judô, e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Passados quatro anos, a recompensa. Ela sofreu com a eliminação precoce em Londres 2012, mas treinou exaustivamente, deu a volta por cima e chegou ao lugar mais alto do pódio olímpico. Campeã mundial em 2013, Rafaela Silva agora é também campeã olímpica.
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“Não queria repetir aquele sofrimento de Londres e treinei muito para conquistar esse ouro. Além dos treinos, a torcida aqui também me apoiou muito, o chão tremia”, lembrou a campeã olímpica, de 24 anos, que sofreu diversos insultos pelas redes sociais, após a derrota em Londres, e se desgastou muito ao rebater as críticas dos internautas.
Determinada, com uma concentração impressionante, Rafaela Silva precisou superar três adversárias até chegar à semifinal. Na primeira luta, um ippon espetacular determinou a vitória sobre Miryam Roper, da Alemanha. Em seguida, Rafaela passou por Jandi Kim, da Coreia do Sul e, na sequência, venceu a húngara Hedvig Karakas, justamente a judoca que eliminou a brasileira em Londres 2012.
Na semifinal, a romena Corina Caprioriu exigiu técnica, disposição e muita paciência de Rafaela. Foi uma luta marcada pelo equilíbrio, com uma punição para cada lado até o golden score. No tempo extra, a brasileira aplicou um contragolpe em Caprioriu e conseguiu um wazari, encerrando o combate. Foi o combate mais difícil na trajetória até o ouro.
Na luta final, Rafaela e Dorjsuren protagonizaram um combate de tirar o fôlego. Mais uma vez a brasileira teve o nome gritado pelos torcedores durante todo o combate. Com pouco mais de um minuto, ela aplicou um wazari na adversária e saiu na frente da disputa. O golpe, logo no início, deu tranquilidade à Rafaela, que soube administrar a luta e levar para casa o tão aguardado ouro, quatro anos depois.