Até setembro do ano passado, Marcelo Casanova era o 16º colocado do ranking mundial na categoria até 90 kg para atletas J2 (baixa visão). Em seu primeiro ano com a seleção brasileira de judô paralímpico, o gaúcho de 19 anos passou a se destacar e acabou convocado para disputar o Campeonato Mundial, em Baku, no Azerbaijão. Na ocasião, venceu dois rivais e chegou à luta pelo bronze, que perdeu para o ucraniano Oleksandr Nazarenko. O ouro no Pan de Edmonton e a prata no Grand Prix de Almada, seus dois torneios seguintes, o levaram ao terceiro posto do mundo. Assim, passo a passo, ele vai trilhando o caminho para o sonho maior: disputar pela primeira vez na carreira uma edição de Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
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“Apesar de estarmos nos encaminhando para 2024 e a classificação aos Jogos, a gente tenta ir trabalhando pensando de competição em competição. Cada ponto é importante e vai fazer diferença lá no final. Então, eu não penso tanto no futuro mais distante, penso no futuro próximo e em ir batendo as pequena metas”, explica o judoca, cuja deficiência visual é decorrente do albinismo. Marcelo começou no judô convencional aos nove anos e chegou a integrar a Seleção Brasileira sub-18. A migração para o judô paralímpico aconteceu em 2021, quando já foi campeão brasileiro e chamou a atenção.
A corrida para para a Paralimpíada
A próxima meta de Marcelo Casanova está em Alexandria, no Egito. Nos dias 13 e 14, o Brasil estará representado por 12 atletas na segunda das quatro etapas do Grand Prix da IBSA programadas para 2023. As outras duas serão no Azerbaijão, em setembro, e no Japão, em dezembro. A de Antalya, na Turquia, que seria realizada em abril, foi cancelada em virtude do terremoto que atingiu o país. Além dos Grand Prix, a Seleção Brasileira de judô vai disputar os Jogos Mundiais da IBSA, na Inglaterra, em agosto, e os Jogos Parapan-Americanos, no Chile, em novembro.
Todos esses eventos são classificatórios para Paris 2024, mas por questões financeiras e de logística não é possível levar a delegação completa do Brasil a todas as competições. Isto torna a estratégia de Marcelo ainda mais relevante: indo bem e pontuando nos campeonatos em que estiver presente, o sonho paralímpico da vaga ficará mais próximo.
Desde as mudanças nas regras da modalidade, no início do ano passado, a seleção brasileira vem colhendo ótimos resultados. A equipe conquistou o Pan do Canadá, em dezembro, ficou em quarto lugar no Mundial de Baku, em outubro, e foi campeã das três etapas do Grand Prix da IBSA: em São Paulo (Brasil), Nur-Sultan (Cazaquistão) e Antalya (Turquia). Em 2023, levou o título no geral também do Grand Prix de Almada, em Portugal.
No total, o judô já rendeu ao país 25 medalhas na história dos Jogos Paralímpicos, sendo cinco ouros, nove pratas e onze bronzes.
*De Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)