O Brasil começou 2023 brilhando no judô paralímpico. Nesta terça-feira (31), a seleção encerrou sua participação no Grand Prix de Almada, em Portugal, ganhando mais dez medalhas, sendo duas de ouro, seis de prata e duas de bronze. Com as cinco conquistadas no primeiro dia de competição, o país fechou o evento na liderança geral, com 15 medalhas ao todo: três ouros, sete pratas e cinco bronzes. A França ficou na segunda colocação, com dois ouros, uma prata e dois bronzes, seguida do Cazaquistão (dois ouros e um bronze). O torneio português reuniu 91 atletas de 24 países.
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“Muito bom começar o ano assim, sendo campeã! Temos uma grande temporada pela frente, é preparatória para os Jogos de Paris, então serão muitas competições. Muito obrigada pela torcida de todos!”, agradeceu a paulista Alana Maldonado, de 27 anos.
Atual bicampeã mundial e campeã em Tóquio 2020, Alana conquistou o ouro após derrotar a japonesa Kazusa Ogawa, quarta colocada do ranking, em dois combates. Como a categoria delas (J2, para atletas de baixa visão, de até 70 kg) só teve duas inscritas, o sistema de disputa é o melhor de três duelos. Alana não precisou da terceira luta para garantir o primeiro lugar.
Confrontos brasileiros
Quem também pendurou a dourada ao redor do pescoço e confirmou o favoritismo foi o potiguar Arthur Silva, de 30 anos, atual líder do ranking na categoria J1 (cegos totais) de até 90 kg. Ele superou o ucraniano Eduard Tropinov e o britânico Daniel Powell (vice-campeão mundial em 2022) até fazer a final contra o compatriota Antônio Tenório, maior judoca paralímpico de todos os tempos.
A luta só foi decidida no golden score, após o oponente acumular três punições por falta de combatividade. Tenório, que havia passado pelo turco Gokhan Bicer, quarto melhor do mundo, e pelo italiano Valerio Teodori (ITA), segundo do ranking, para chegar à decisão, ficou com a prata.
“Não tinha como começar o ano melhor, ouro aqui em Portugal, dobradinha do Brasil. Quero agradecer a todos que seguem na torcida, vamos rumo a Paris, se Deus quiser!”, comemorou Arthur, que foi bronze no Campeonato Mundial de judô paralímpico 2022, em Baku, no Azerbaijão, e venceu as três etapas do Grand Prix da última temporada.
O segundo dia de competição em Almada reservou outro duelo brasileiro no tatame. Na categoria J2 acima de 70 kg, Rebeca Silva e Meg Emmerich se enfrentaram na semifinal. A primeira levou a melhor e se classificou para a final, quando acabou derrotada pela italiana Carolina Costa – algoz das duas brasileiras no último Mundial – e terminou com a prata. Já Meg, quarta colocada do ranking, voltou para a disputa do bronze e ganhou da britânica Kirsten Taylor.
Pratas
Além de Rebeca, o gaúcho Marcelo Casanova, de 19 anos, foi outro que conseguiu alcançar a final, mas não o ouro. Quinto do mundo na categoria J2 até 90 kg, o gaúcho acabou superado pelo sul-coreano Jung Min Lee, 17º do ranking, e ganhou a medalha prateada. As outras três pratas do Brasil nesta terça-feira vieram em categorias que só contaram com três atletas inscritos. Nesses casos, todos se enfrentam entre si.
A carioca Brenda Freitas perdeu para a sueca Nicolina Pernheim, mas venceu a italiana Matilde Lauria na categoria J1 até 70 kg. Na J1 acima de 70 kg, a sul-mato-grossense Erika Zoaga bateu a venezuelana Danitza Sanabria e perdeu para a norte-americana Christella Garcia. Na J2 acima de 90 kg, o carioca Sergio Fernandes ganhou do cazaque Yerlan Konkiyev, mas foi batido pelo britânico Christopher Skelley.
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A maior surpresa do dia veio com o atual campeão mundial Wilians Araújo, de 31 anos. Invicto no ano passado, quando acumulou 23 vitórias por ippon em 24 combates ao longo de sete competições vencidas por ele, o líder do ranking acabou surpreendido logo na estreia pelo francês Romuald Raboteur (FRA), 13º do mundo e derrotado pelo brasileiro no Mundial. Apesar do tropeço, o paraibano voltou para a disputa do bronze e conseguiu medalhar ao derrotar o cazaque Yerlan Utepov.
Sequência
A próxima etapa do circuito internacional da IBSA está marcada para os dias 13 e 14 de março, em Alexandria, no Egito. Haverá também eventos do Grand Prix de judô paralímpico em Baku, no Azerbaijão, em setembro, e Tóquio, no Japão, em dezembro. Todos contam pontos para o ranking mundial, principal critério de distribuição das vagas da modalidade para os Jogos Paralímpicos Paris 2024.