Maior astro do judô mundial, o francês Teddy Riner, tricampeão olímpico e 10 vezes campeão mundial, retornou das férias pós-Tóquio e elegeu o Brasil como ponto de partida para sua preparação. Na próxima quinta-feira, 17, ele desembarcará no Rio de Janeiro com seu treinador, preparador físico, fisioterapeuta e sparring, não pela folia do Carnaval carioca, mas pelos treinos fortes com a seleção brasileira de judô.
“A equipe do Teddy Riner nos procurou há algumas semanas dizendo que ele queria vir treinar no Brasil e nos encontramos no Grand Slam de Paris, onde fechamos toda a logística do treinamento. Foi um pedido do próprio Teddy vir treinar no Brasil para se preparar para as competições do Circuito IJF. Isso nos deixa bastante lisonjeados, pois mostra o quanto a escola do judô brasileiro é respeitada e reconhecida pelos maiores atletas do mundo”, conta Ney Wilson Pereira, gerente de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô.
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Período no país
Serão dez dias de camping com treinos diários de judô no dojô do Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil, que entendeu a importância dessa atividade como intercâmbio técnico para os brasileiros e abriu as portas do CT para receber o francês e sua equipe no período de 17 a 27 de fevereiro.
“É uma honra para o COB receber em sua casa um atleta da dimensão do Teddy Riner, o que só comprova a excelência das nossas instalações. Acompanhei praticamente toda sua carreira de perto, tendo assistido pessoalmente diversas conquistas. Para nós, será um privilégio ter o Riner treinando com os judocas brasileiros”, comentou Paulo Wanderley Teixeira, presidente do Comitê Olímpico do Brasil.
Para reforçar o treino, a CBJ convocou atletas dos pesos meio-pesado e pesado da seleção brasileira. Entre eles, Rafael Silva “Baby”, que subiu ao pódio olímpico ao lado de Riner em Londres e no Rio e já encontrou o gigante em diversas ocasiões em treinamentos e competições. Mas, nos últimos anos, tem sido cada vez mais raro ter a oportunidade de pegar no quimono do francês.
“Ter um atleta como o Riner em um camp é um grande privilégio. Acho que os pesos pesados do Brasil vão aproveitar bastante. No meu caso, é sempre válido juntar os pesos pesados para treinar, pois é difícil ter muitos da minha categoria treinando junto. Aqui temos uma variedade técnica e de estilos de luta bastante grande. Somará muito ao treino dele também”, analisa Baby. “Quando o treino é lá fora não dá para fazer muitos randoris (lutas) com ele. Fazendo camp aqui, poderemos fazer um intensivo”, completa o brasileiro já indicando como será o ritmo do treino com o francês.
Quase três anos depois
A última vez que Teddy Riner esteve no Brasil foi em 2019, para a disputa do Grand Slam de Brasília, de onde saiu com a medalha de ouro. Ele coleciona boas lembranças no país. Em 2007, no Rio, conquistou seu primeiro título mundial. Repetiu o feito em 2013, conquistando o sexto ouro mundial. Por fim, em 2016, foi bicampeão olímpico nos Jogos Rio 2016.
-Brasil vence quatro de cinco finais femininas na Hungria
Em seu laureado currículo, o francês tem dois ouros (Londres 2012 e Rio 2016) e dois bronzes (Pequim 2008 e Tóquio 2020) olímpicos individuais, além do inédito ouro olímpico por equipes conquistado em Tóquio quando a seleção francesa desbancou o Japão, em casa. Em Mundiais, ele acumula oito títulos individuais no peso-pesado (+100kg) e dois na categoria “Absoluto” (todos os pesos).
Seleção feminina da França também virá ao Brasil
Em março, o Brasil receberá mais um grupo de elite do judô francês. Buscando se preparar para o Campeonato Europeu, a seleção feminina da França se juntará à seleção feminina do Brasil para treinamento de campo no período de 08 a 18 de março, em Pindamonhangaba. Atualmente, das sete categorias femininas, quatro são lideradas por francesas no Ranking Mundial: Amandine Buchard (52kg), Madeleine Malonga (78kg), Romane Dicko (+78kg) e Clarisse Agbegnenou (63kg).
Em Tóquio, cinco, das sete francesas que lutaram, conquistaram medalhas: Agbegnenou (ouro), Sarah-Leonie Cysique (prata), Buchard (prata), Malonga (prata) e Dicko (bronze). Todas elas virão ao camping no Brasil, exceto a campeã olímpica e penta mundial, Agbegnenou, que, nesta semana, anunciou sua gravidez e fará uma pausa na carreira.