Mayra Aguiar viveu momentos de “inferno e céu” nos últimos 12 meses. No fim de 2020, com o mundo vivendo um momento incerto em relação a pandemia, a judoca se recuperava de uma cirurgia no joelho e não sabia se estaria pronto para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Cerca de um ano depois, Mayra celebra o ano de 2021 com mais uma medalha olímpica no peito e o título de melhor atleta da modalidade no Brasil.
“Estou feliz para caramba. Para mim era uma missão quase impossível estar lá. Ainda bem que eu acreditei, ainda bem que eu não desisti nas horas difíceis e nas horas duras. Ainda bem que eu tive um time por trás que me ajudou e me apoiou. Estou muito feliz”.
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Aos 30 anos, Mayra Aguiar é um dos nomes mais consolidados do judô brasileiro. Presente na seleção desde muito nova, a atleta fez sua estreia olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando foi derrotada na estreia. Depois disso, a brasileira consolidou, ano a ano e competição a competição, seu nome e seu estilo no cenário mundial. Desta forma, as conquistas começaram a acontecer e as três medalhas olímpicas vieram, em 2012, 2016 e 2021. Com o trio em casa, a atleta não esconde que existe uma preferida.
“É a que eu tenho mais carinho porque foi a mais difícil de ser conquistada. Foi muito duro a caminhada até chegar lá. Muito o lado pisciológico, duríssimo passar por tudo, por pandemia, se iria conseguir treinar, se iria ter Olimpíada. Depois chegou a cirurgia no joelho, seis meses de recuperação tendo 10 meses até Tóquio. Era quase impossível, mas eu cheguei lá sabendo que dava. Não era a melhor atleta fisicamente ou tecnicamente, mas cheguei muito forte de cabeça. Foi o momento mais incrível que eu tive na minha carreira toda”.
“Eu estou ainda tentando processar tudo que aconteceu. Eu não imaginava que eu conseguiria tudo. Depois que acabou a luta, que o juiz deu o ippon, eu desabei a chorar como nunca antes na minha vida. Eu mentia para mim mesmo, falava que estava bem, estava forte e não estava. Estava doendo tudo, estava assustada, angustiada. Eu mentia para mim mesmo. Chegar lá e ver que deu certo, que valeu a pena, foi incrível. Eu saiu de um ano muito fortalecida. Por ter continuado a lutar, por todos que estava a minha volta nos momentos mais difíceis”.
Paris 2024
A conquista nos Jogos Olímpicos de Tóquio fez com que Mayra Aguiar entrasse em um seleto grupo de atletas com mais de duas medalhas olímpicas pelo Brasil, sendo a primeira mulher a fazer parte dele. Por conta disso, muito se falou de Mayra poderia não seguir para a quinta Olimpíada e isso já caiu por terra.
“Trabalho muito com objetivos de curto prazo. A medalha olímpica em 2024 será trabalhada desta forma e a partir de agora. Tenho objetivos a curto prazo em competições já definidas, mas o calendário exato de 2022 ainda não foi definido com detalhes. Apesar disso, eu já tenho o que eu quero melhorar em mim, que é o que consigo controlar e eu já tracei”.
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“Eu me sinto na melhor forma. Mentalmente estou no melhor momento da minha carreira. Estou me sentindo muito bem e muito preparada. Acho que o planejamento que a gente faz é importantíssimo. Eu venho em uma constância desde que eu entrei na seleção. Tive as cirurgias, que me afastaram, mas eu nunca sai. No momento que terminou Tóquio, eu já tracei um novo objetivo. Estou com tudo pronto para os meus próximos objetivos, estou na melhor forma da minha carreira e sei que posso melhorar muito mais. Estou muito empolgada”, finalizou Mayra Aguiar.