Tóquio – A brasileira Lúcia Araújo conquistou o bronze na categoria até 57 quilos do judô nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Na luta que valia a medalha, disputada na madrugada de sexta (27) para sábado (28), ela derrotou a russa Natalia Ovchinnikova e, assim, subiu ao pódio em uma Paralimpíada pela terceira vez em quatro participações. A paulista, de 40 anos, tem também duas pratas, uma em Londres-2012 e a outra na Rio-2016.
+ Bronze ‘no reino da cegolândia’ foi moldado por Lúcia a partir de 2019
“É sempre uma emoção. Vim preparada para ser campeã e como perdi a disputa da prata (semifinal), pensei: ‘não me vejo voltando para casa sem nada’. Então esse bronze vale ouro, todo um trabalho, uma preparação”, disse, acrescentando que não teve tempo para amargar a derrota na semifinal. “Vou pensar na luta que eu perdi quando chegar no quarto, vou chorar essa derrota depois. Não tinha tempo para ficar lamentando. Uma medalha era mais importante do que a derrota. Mesmo porque lamentar, nesse período, não ia me resolver nada. Ali já foi. Tive outra chance e agarrei. Me preparei para voltar para casa com uma medalha e consegui.”
Como em geral acontece em toda disputa por medalha, a luta contra Natalia Ovchinnikova foi bem travada. A russa parecia receosa e mantinha a postura baixa, tentando ficar distante da brasileira. Lúcia entudou os primeiros movimentos da rival, mas logo começou a tentar colocar entradas de pé. Na segunda metade do duelo, após ambas receberem uma punição cada por falta de combatividade, a brasileira foi para cima e colocou um harai-makikomi que lhe valeu um waza-ari. Na queda encaixou a imobilização, um kesa-gatame, que encerrou o combate.
Rota da medalha
Lúcia Araújo (57kg) começou a competição pelas quartas de final, já que era cabeça de chave, e enfrentou outra cabeça de chave, a argentina Laura Gonzalez. A brasileira dominou a luta desde o início e venceu por estrangulamento, encaixou um okuri-eri-jime, conquistando o ippon. Foi a primeira vitória da seleção brasileira de judô nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A seguir, nas semifinais, pegou Parvina Samandarova, terceira colocada no Mundial de Odivelas, em Portugal, em 2018. Logo nos primeiros segundos, a uzbeque conseguiu um waza-ari com um sumi-gaeshi e, na queda, entrou uma chave de braço e forçou a brasileira a desistir. Com isso, Lúcia foi para a disputa do bronze.
Virada amarga
Harlley Arruda (81kg) foi o outro brasileiro que competiu no segundo dia de disputas do judô dos Jogos Paralímpicos e perdeu na primeira luta. Ele enfrentou o britânico Daniel Powell e começou vencendo. Aplicou um sumi-otoshi e marcou um waza-ari. O rival, porém, vinha lutando melhor e foi para o ataque. Em um deles, conseguiu colocar uma técnica de estrangulamento, o mesmo okuri-eri-jime com que Lúcia venceu Laura Gonzales, e arrancou o ippon a pouco mais de um minuto para o final da luta. Com isso, o brasileiro fechou a terceira participação dele no judô dos Jogos Paralímpicos com a 9ª colocação, a mesma de Londres-2012 e da Rio-2016.
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No terceiro e último dia, começando na noite de sábado e terminando no domingo (29), sempre pelo horário de Brasília, lutam Arthur Cavalcante da Silva (90kg), Antônio Tenório (100kg) e Wilians Araújo (+100kg), todos na classe B1, e Alana Maldonado (70kg) e Meg Emmerich (+70kg), na B3. Assista ao vivo no Olimpíada Todo Dia.