Tóquio – A seleção brasileira de judô, ou parte dela, já começou os últimos preparativos para os Jogos Olímpicos. Seis dos treze atletas que vão competir em Tóquio já estão em solo japonês e fizeram, neste domingo (11), o primeiro treino por lá. O time escolheu a cidade de Hamamatsu, conhecida como a mais brasileira de Japão, para iniciar a aclimatação. Estratégia que foi ‘ensaiada’ no Mundial da modalidade em 2019, disputado em Tóquio.
Eduardo Katsuhiro (73kg), do Time Ajinomoto, é um dos atletas que já está na cidade onde viveu por 14 anos com a avó. “O mundo é muito pequeno. Indescritível a sensação de estar fazendo a aclimatação para os meus primeiros Jogos Olímpicos na cidade onde passei minha infância. Por causa de todos os protocolos necessários para nossa segurança, não vou poder estar perto dos meus amigos, mas só de estar em Hamamatsu, sinto que minha energia será maior e vou chegar muito bem no dia da competição. Estou muito feliz de estar aqui”, disse Dudu, como é chamado na seleção. Estima-se que cerca de 10 mil habitantes da cidade nasceram no Brasil.
Quem também já está no Japão é Daniel Cargnin (66kg). “Meu objetivo é a medalha e, além disso, aproveitar cada momento para eu não me arrepender no final do que eu poderia ter feito.” Já para Larissa Pimenta (52kg) os dias que antecedem o início do torneio serão importantes para focar totalmente na Olimpíada. “Manter uma alimentação boa, cuidar do peso, seguir os protocolos para não ter riscos à saúde e ir entrando no fuso horário. O meu objetivo é dar o melhor, mas também me divertir e viver intensamente cada momento dentro dos Jogos.”
Clima olímpico
Além dos três, estão por lá Eric Takabatake (60kg), Rafael Silva (+100kg) e Gabriela Chibana (48kg). Desse grupo, somente Rafael Silva tem experiência em Jogos Olímpicos, com direito a dois bronzes, um em Londres-2012 e outro na Rio-2016. Os outros sete atletas da seleção chegam a Hamamatsu no dia 15 de julho: Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Rafael Buzacarini (100kg), Eduardo Yudi (81kg) e Rafael Macedo (90kg). Dessa turma, só Yudi e Macedo nunca disputaram uma Olimpíada.
“É essencial chegar com essa antecedência, ter essa estrutura montada ao longo de cinco anos de muita troca, com todas as áreas da equipe multidisciplinar dando sugestões para que, agora, estivesse tudo pronto para receber a equipe e tenho certeza que os atletas estão muito satisfeitos. Eles terão a tranquilidade de estar longe do Brasil, com foco total na competição, já vivenciando o clima olímpico”, disse Ney Wilson, gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô e chefe da equipe de judô na Missão Tóquio 2020. “Esse primeiro dia foi para soltar, retirar o jet leg de uma longa viagem e começar a trabalhar os ajustes finais”, completou.
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A competição de judô em Tóquio será realizada no lendário Nippon Budokan, ginásio construído para os Jogos Olímpicos de 1964, e começa no dia 24 com a categoria ligeiro em que o Brasil terá Eric Takabatake e Gabriela Chibana.
