Depois da medalha de bronze conquistada por Lúcia Teixeira no primeiro dia, o Brasil fechou o Grand Prix de Baku de judô paralímpico com dois ouros, conquistados por Alana Maldonado, que faz parte do Time Ajinomoto, e Meg Emmerich, e mais um terceiro lugar, obtido por Rebeca Silva.
Medalhista de prata na Paralimpíada de 2016 e campeã mundial em 2018, Alana Maldonado venceu as três lutas que teve pela frente para subir no lugar mais alto do pódio da categoria até 70 kg. A luta de estreia contra a uruguaia Mariana Medeiros durou apenas nove segundos. Foi o tempo que a brasileira precisou para conseguir o ippon e avançar no GP de Baku.
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Já a semifinal, contra a russa Olga Zabrodskaia, durou pouco mais de um minuto até a Alana Maldonado aplicar o golpe perfeito e garantir sua classificação para a final. Na disputa do ouro, a brasileira abriu vantagem com um wazzari e faltando 1min42s para o relógio zerar, ela conseguiu o ippon que garantiu o título a ela.
“Estou muito feliz, é a primeira competição após mais de um ano sem competir e sentir as adversárias. Consegui colocar em prática tudo o que a gente vem treinando, principalmente a parte de ne waza (luta de solo), consegui finalizar duas lutas no solo. Vejo isso como um crescimento muito grande. Agora, rumo a Tóquio!”, falou Alana.
Na categoria acima de 70 kg, Meg Emmerich e Rebeca Silva travam uma disputa participar para representar o Brasil na Paralimpíada. No Grand Prix, as duas se encontraram na semifinal, mas antes do confronto ambas venceram suas lutas de estreia. Meg passou pela americana Katie Davis, enquanto Rebeca eliminou a russa Tatiana Savostianova.
As brasileiras então repetiram na semifinal de Baku o combate da final dos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. Assim como no Peru, Meg levou a melhor e foi até a decisão para encarar a italiana Carolina Costa, segunda do ranking na categoria. Em um confronto dificílimo, a brasileira estava perdendo quando tirou um ippon da cartola e venceu de forma espetacular.
“Queria agradecer a quem esteve na torcida pela gente mandando boas vibrações e a toda a equipe técnica, essa medalha é de todos nós. A retomada das competições é importante também para vermos o que temos a melhorar, e essa conquista me ajuda muito na luta para ir a Tóquio”, vibrou a campeã.
Já Rebeca encarou a ucraniana Anastasiia Harnyk no duelo pelo bronze e conseguiu o ippon com um armlock (chave de braço): “A importância da medalha é porque estamos voltando agora a competir. Foi um bom resultado. Agora é treinar para a próxima”.
Entre os homens, quem chegou mais longe foi Wilians Araújo. O paraibano bateu o britânico Jack Hodgson no combate inicial, mas parou no iraniano Mohammadreza Kheirollahzadeh, melhor peso-pesado do mundo na atualidade, na semifinal. Na disputa pela medalha bronzeada, desafiou o sul-coreano Gwang Geun Choi, campeão paralímpico na Rio 2016 no peso abaixo, e perdeu.
Já Antônio Tenório, recuperado de um quadro grave de Covid-19 que o acometeu no fim de março, mostrou uma recuperação impressionante para ganhar na estreia do cazaque Yerlan Utepov no peso até 100 kg. Depois, perdeu para o alemão Oliver Upmann e, na repescagem, para o uzbeque Sulaymon Alaev.
Na categoria até 81 kg, Harlley Arruda perdeu logo na estreia para o mexicano Eduardo Avila Sanchez e, na repescagem, para o britânico Evan Molloy. No peso até 90 kg, Arthur Silva foi bem na primeira luta ao bater o venezuelano Hector Espinoza Rodriguez. Depois, porém, perdeu os dois combates seguintes. Primeiro, para o ucraniano Oleksandr Nazarenko, líder da categoria no ranking mundial e que ficaria com o ouro. Na repescagem, caiu para o uzbeque Shukhrat Boboev.
Última parada
O GP de Baku foi o penúltimo qualificatório para os Jogos Paralímpicos. Quem ainda busca se classificar para Tóquio terá uma última chance, no Grand Prix de Warwick, na Inglaterra, nos dias 19 e 20 de junho. Até lá, os judocas da Seleção seguirão se preparando em um campo de treinamento internacional, em Baku, e retornam ao Brasil em seguida ao GP britânico.
A Paralimpíada começa no dia 24 de agosto. O judô terá três dias de competição, em 27, 28 e 29 do mesmo mês. A modalidade já resultou em 22 medalhas ao nosso país na história do evento, sendo quatro outros, nove pratas e nove bronzes.