O julgamento do recurso da judoca brasileira Rafaela Silva contra suspensão por doping terá um dia importante na CAS (Corte Arbitral do Esporte). Nesta quinta-feira serão tomados depoimentos da atleta e de testemunhas, todos por videoconferência.
O caso refere-se a doping flagrado durante os Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Inicialmente, a campeã olímpica na Rio-2016 recebeu dois anos de suspensão, mas a defesa entrou com um recurso para redução de pena na CAS. Não há previsão de quando vai sair o resultado do julgamento.
“Confio plenamente que comprovaremos que a substância especificada fenoterol entrou acidentalmente em meu organismo e não foi utilizada para fins de performance esportiva. Lutarei até o fim pelo sonho de representar meu país na Olimpíada de Tóquio 2020, pois sei que nada fiz de errado e que ao final a Justiça prevalecerá”, disse Rafaela Silva, no fim de janeiro.
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Tóquio na balança
A decisão envolve diretamente os Jogos Olímpico de Tóquio-2020. Se a suspensão de dois anos for mantida, ela só será liberada em novembro de 2021, não podendo, portanto, participar da Olimpíada.
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Se o recurso na CAS reduzir a pena para um ano, ela terá tempo de participar dos Jogos e ainda das competições preparatórias para eles. E caso a pena seja de um ano e meio, Rafaela Silva poderá estar presente em Tóquio-2020, mas sem muito tempo de preparação.
Relembre o caso
Rafaela Silva foi flagrada no exame anti doping durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em agosto de 2019. A judoca testou positivo para o fenoterol, usado normalmente para tratar doenças respitórias. Foi a mesma substância com que Etiene Medeiros foi pega em 2016, e a nadadora acabou inocentada.
A PanAm Sports, que organiza o Pan, tirou a medalha de ouro de Rafaela Silva. E no início de novembro de 2019, a atleta entrou em suspensão voluntária, parando de lutar antes do primeiro julgamento ser divulgado.
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Rafaela ficou sabendo do doping durante o Mundial de Judô de Tóquio, no fim de agosto, no qual conquistou a medalha de bronze. Lá, ela fez um novo exame de doping, que deu negativo, 20 dias após o Pan.
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O julgamento aconteceu em janeiro e a defesa alegou que a contaminação poderia ter acontecido atrabés do contato com um bebê, Lara, filha de Fláva Rodrigues, do Instituto Reação, às vesperas da competição no Peru. Foi nesta audiência que Rafaela Silva recebeu a suspensão de dois anos.