Nos últimos tempos, mais precisamente depois que o COB passou a ser pressionado pelos clubes formadores de atletas a ceder parte da verba das loterias, virou rotina as redações das editorias de esporte do país receberem comunicados do Comitê Olímpico Brasileiro enaltecendo bons desempenhos de atletas do país. Nas mais diversas modalidades.
Pode ser até campeonato de bolinha de gude, mas se por acaso algum brasileiro for campeão ou tiver uma participação de destaque, batata! Em questão de pouco tempo desembarcará na caixa de e-mail de jornal, TV ou rádio um release enchendo a bola do COB e dizendo que este feito foi obtido graças ao apoio dado pela entidade, com a verba proveniente da Lei Agnelo/Piva.
Se gosta tanto de “tirar uma casquinha” da glória alheia, o COB bem que poderia se manifestar também na hora das derrotas. Foi assim no atletismo, no Mundial de Berlim, e bem que poderia ser após a pífia participação do Brasil no Mundial de Judô, encerrado neste domingo, em Roterdã, no Holanda.
Foi a pior participação brasileira desde o Mundial de 2001, quando também não ganhou nenhuma medalha. Como foi dito por este blogueiro na última coluna Diário Esportivo, em relação ao atletismo, não se trata de ficar cobrando medalhas a torto e direito. A cobrança é feita em relação ao nível técnico da equipe e à própria estrutura financeira da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Ou dá para não falar em decepção com uma equipe brasileira que tinha a presença de dois campeões mundiais (Tiago Camilo e Luciano Correa) e dois medalhistas olímpicos (o mesmo Camilo e Leandro Guilheiro).?
A questão financeira é ainda mais complicada para se justificar. Como bem mostrou o ótimo blog do jornalista José Cruz (listado ao lado na relação dos favoritos deste blogueiro), a CBJ teve à disposição para 2009 a quantia de R$ 4.250.000,00 em verbas de patrocínio, originadas das loterias e do apoio da Infraero. Ou seja, pode ter faltado tudo, menos condições de preparar de forma decente a equipe brasileira.