O judoca Phelipe Pelim, do Pinheiros e da seleção brasileira, conquistou o ouro no Aberto de Sofia, na Bulgária, uma das últimas competições antes da paralisação dos eventos esportivos por conta do coronavírus. O foco do peso-ligeiro (até 60kg), porém, não esteve direcionado apenas ao judô nos último anos. Ele é formado e pós-graduado em Direito, mas a área não foi sua primeira tentativa de especialização.
“Eu comecei um semestre de Educação Física, por ser tudo mais parecido com a vida que a gente leva, de treinos e competições. Mas, acabei não gostando muito e queria trocar de curso. Até estava pensando em Fisioterapia, mas não abriram turmas e, como já estava na metade do ano, abriu a turma do Direito. Pensei: ‘Poxa, por que não, né? Vou começar”, disse.
Phelipe Pelim admitiu que o começo não foi fácil, muita por conta da conciliação com os treinos, mas, aos poucos, foi tomando gosto pelas matérias e as aulas ficaram mais prazerosas.
“O primeiro ano e meio foi bem difícil até eu conseguir me adaptar e realmente conciliar os treinos com os estudos. Mas, depois do segundo ano em diante, eu comecei a gostar do curso e a ir por prazer mesmo para a aula. Porque, no início, eu ia meio que arrastado por causa dos treinos. Estava todo quebrado, cansado. Ia me arrastando, mas eu ia para a faculdade”, disse.
+ Brasileiros classificados para as Olimpíadas de Tóquio
Judô e como conciliar estudo e esporte
O catarinense revelou que a disciplina passada pelo judô foi fundamental para que ele concluísse a graduação e aconselhou as pessoas que querem começar uma faculdade em meio à prática do esporte de alto rendimento.
“A disciplina que o Judô passa, desde quando a gente é criança até o alto rendimento, com os treinos, com a alimentação, com o tempo de descanso, eu consegui transferir isso também para a faculdade. Quando eu estava na aula eu buscava estar 100% ali, estudando e focando. Até porque, o tempo para estudar depois para as provas, eu não ia ter muito, por conta dos treinos”, afirmou Phelipe Pelim.
+ SIGA O OTD NO FACEBOOK, INSTAGRAM, TWITTER E YOUTUBE
“A dica que eu dou para quem vai começar a faculdade e tem vontade de começar o curso de Direito é que nada é fácil para a gente conquistar na vida. No judô, para ser campeão, entrar na seleção brasileira é sacrificante. Mas, precisa ser prazeroso. A dica que eu deixo é não desistir quando se sentir cansado, porque isso vai acontecer e é normal. Naquele dia que estiver mais cansado, mais dolorido, mais sem vontade, levanta, vai, e deixa o dia ir acontecendo, porque as coisas vão se alinhando depois”, completou.
Phelipe Pelim é pós-graduado em Direito do Trabalho, área que pretende atuar após encerrar a carreira de judoca.