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Judô tem ajuda de Edinanci Silva no treino para as Paralimpíadas

Medalhista mundial, bicampeã pan-americana e com quatro participações em Olimpíadas no currículo, ex-atleta treina com a seleção brasileira

Paralimpíada de Tóquio Edinanci Silva e Alana Maldonado em treino da seleção brasileira de judô paralímpico
Edinanci e Maldonado durante treinamento (CBDV)

Rosto bastante conhecido do esporte brasileiro nos anos 90 e 2000, a judoca Edinanci Silva segue no caminho da guerreira e ajuda a seleção brasileira de judô paralímpico nos treinamentos para Tóquio 2020. Alana Maldonado é uma das que mais aproveita a presença da ex-atleta.

Edinanci Silva conhece do assunto. Já participou de quatro edições de Jogos Olímpicos, é bicampeã Pan-Americana e tem dois pódios em Mudiais.

“Está sendo ótimo, porque adoro treinar e, sem a responsabilidade da antiga rotina de competição, fica bem mais solto para mim. Acabo ficando com o espírito mais leve também para passar energia positiva a eles. Então, é uma troca”, explica a medalhista de bronze nos Campeonatos Mundiais de Osaka 2003 e Paris 1997.

“É um prazer imenso tê-la no tatame, trazendo uma bagagem tão grande. Ela tem muito conhecimento, esteve na seleção por um bom tempo e está aqui hoje passando seus ensinamentos para somar. E abraçou nosso objetivo de chegar à Paralimpíada bem. Ela cobra da gente, puxa quando a gente está cansado. Isso soma muito”, analisa Alana Maldonado, atual líder do ranking e campeã mundial na categoria até 70 kg.

Edinanci Silva e Alana Maldonado em treino da seleção brasileira de judô paralímpico
(CBDV)

Com Alana Maldonado

Como Edinanci Silva lutou a vida toda em pesos próximos ao da categoria de Alana, as duas acabam duelando frequentemente nos treinamentos. E logo notaram pequenos detalhes que diferenciam a modalidade convencional da paralímpica.

Alana aplica o ippon em Edinanci durante treinamento. A ex-judoca está caindo no tatame após a oponente fazer a alavanca com o quadril

“A sensibilidade deles acaba sendo bem maior. O judoca convencional fica limitado na percepção da técnica. Eles, não. Sentem já na hora da pegada. Você pesa para um lado, eles sabem o que você vai fazer. Você faz uma movimentação, e eles se adiantam”, conta a paraibana de 43 anos, que começou a competir aos 15 e encerrou a carreira após os Jogos Abertos do Interior do ano passado.

“Eles têm muita movimentação, uma pegada mais rápida. Isso exige da gente. No meu caso, que sou B2 e ainda consigo enxergar um pouco, ter o reflexo de quando ela estiver vindo com a mão, ‘estourar’ (bater na mão da oponente para impedir a pegada), rodar, mudar a direção. Isso ajuda bastante para quando eu tiver de fazer isso com uma adversária”, diz Alana, quase 20 anos mais nova – tem 24.

O contato com o judô paralímpico vem sendo tão enriquecedor, que Edinanci resolveu fazer uma experiência nas aulas que dá em dois projetos sociais na região do Grande ABC, onde vive até hoje: “Muito do que estou aprendendo aqui, levo aos meus alunos. Sempre que tenho a oportunidade, eu vendo os alunos, tiro a visão deles, para sentirem essa movimentação, ter essa percepção de tempo de entrada que os judocas paralímpicos possuem”, conta a campeã pan-americana no Rio 2007 e Santo Domingo 2003.

Edianci carregando a tocha olímpica na Rio 2016

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Amizade de longa data

O convite para que a ex-judoca participasse dos treinos da seleção brasileira de judô paralímpico não veio à toa, conforme explica Jaime Bragança, um dos treinadores da equipe.

“Quando saí da faculdade, meu primeiro emprego foi em São Caetano como preparador físico. E no primeiro dia já tinha Edinanci, (Carlos) Honorato (medalhista de prata na Olimpíada de Sydney 2000)… Então fui trabalhando com alguns desses atletas por um bom período”, diz o treinador, que deixou o clube em 2005, mas sempre auxiliou a judoca na preparação física antes de grandes competições.

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Além da afinidade com Jaime, Edinanci Silva ainda competiu ao lado do outro treinador da seleção, Alexandre Garcia. Os dois representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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