Nesta quinta-feira (3), 18 judocas entre 15 e 17 anos embarcam para o Japão onde participarão de 20 dias de intercâmbio técnico. A iniciativa é fruto da parceria entre a Ajinomoto do Brasil, por meio do Projeto Vitória, com a Federação Paulista de Judô (FPJ). O grupo, com representantes de todas as categorias de peso, é formado por nove atletas do feminino e nove do masculino, além de cinco técnicos.
Os judocas treinarão na International Budo University, em Katsuura, especializada no ensino de artes marciais, até o dia 16 de outubro. Na sequência, terão seis dias de treinamento no Instituto Kodokan antes de retornarem ao Brasil. Primeira escola de judô do mundo, a instituição foi fundada em 1882 por Jigoro Kano, criador da modalidade.
“Será uma experiência que eles nunca vão esquecer. Independentemente do judô, o contato com outra cultura será inesquecível”, ressalta Yoshiyuki Shimotsu. Com 60 anos de ensino da modalidade, ele será o chefe da delegação. O sensei destaca a importância de um intercâmbio deste nível na idade em que os atletas estão pois, apesar de o ensinamento do judô no Brasil ainda ser muito semelhante ao praticado no Japão, há diferenças na forma como se trabalha com os jovens nos dois países.
“Nessa idade, o judô já é trabalhado como competição no Brasil, o que só é feito no Japão após os 18 anos”, ressalta o sensei. Os fundamentos do judô reúnem mais de 100 técnicas e, durante o treinamento, os participantes poderão aprimorar habilidades de desequilíbrio, preparação e aplicação de técnicas.
Felipe Breintenbach de Lima é um dos selecionados na categoria meio-leve (até 60kg). “Vai ser bem importante. Teremos acesso a uma nova cultura, vamos aprender novos hábitos, sair da nossa zona de conforto. No tatame, vamos aprender novas coisas, pegadas diferentes no quimono. Poderemos ver como são os treinos deles, adaptar e trazer o melhor para o Brasil para fazer no treino e passar para os companheiros de treinamento”, diz o judoca do São João Tênis Clube, de Atibaia.
Sonhando em representar o Brasil em Jogos Olímpicos no futuro, Lima destaca a importância dessa oportunidade. “Minha principal meta é chegar a uma olimpíada e ser campeão. Dentro disso, tenho metas menores que são Copa Paulista, Brasileiro, Copa São Paulo, realizados todos os anos, mas a grande meta é uma Olimpíada. Esse intercâmbio pode me ajudar muito, pode me abrir portas, vou ter mais conhecimento, melhorar minha performance, melhorar tecnicamente e isso pode ser muito bom para mim no futuro”.
Atual campeão paulista, Lima acaba de disputar o Campeonato Mundial Cadete na cidade de Almaty, no Cazaquistão. O intercâmbio no Japão, porém, será sua primeira experiência internacional exclusivamente para treinamento. “Participei de campeonatos fora do país com treinamentos de campo”, diz o atleta que já competiu na Espanha, Alemanha e em Portugal. A diferença é que nessas oportunidades os competidores treinam juntos, mas não revelam todas as suas técnicas.
Projeto Vitória
O Projeto Vitória é uma iniciativa de apoio ao esporte que oferece suporte nutricional e sobre os benefícios da ingestão de aminoácidos para atletas de alto rendimento de diversas modalidades. O intercâmbio no Japão é uma das ações da FPJ viabilizada com o apoio do projeto. A empresa patrocinou, em abril desse ano, o Ajinomoto Open São Paulo, etapa classificatória para o Campeonato Paulista Divisão Especial, também já doou 520 placas de tatames sintéticos para a entidade e em cinco anos viabilizará a doação de 1.500 judoguis (nome do kimono de treinamento) para crianças carentes entre 8 e 12 anos. Até o fim desse ano, serão distribuídas 300 peças, 120 das quais já foram entregues em São Paulo.
“Somos muito gratos pelo patrocínio da Ajinomoto do Brasil e estamos fechando o ano com chave de ouro”, diz o sensei Shimotsu sobre o intercâmbio.