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Judô

Portela e Macedo ficam na segunda luta no Mundial de judô

Brasileiros da categoria Médio não passaram pela fase classificatória no quinto dia do campeonato. Já Bárbara Timo venceu bicampeã mundial e conquistou a prata

Maria Portela Mundial de Judô Tóquio Jogos Olímpicos Tóquio-2020 ao vivo
Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

Os brasileiros Maria Portela e Rafael Macedo perderam na segunda luta e foram eliminados na fase de classificação do quinto dia do Mundial de Judô, em Tóquio, nesta quinta (29). Outra atleta nascida no Brasil, a portuguesa Bárbara Timo teve um dia memorável, apesar de ter perdido a final. Além de sair com a prata, derrotou a japonesa Chizuru Arai, que entrou no torneio como bicampeã.

Na madrugada de quinta para sexta (30) do Brasil tem o sexto dia, dos Meio Pesados, com Mayra Aguiar, Rafael Buzacarini e Leonardo Gonçalves. O ao vivo aqui no Olimpíada Todo Dia começa às 23h50.

Maria Portela começou sua caminhada no Mundial de Judô como cabeça de chave e derrotou na segunda rodada a croata Barbara Matic. Projetou para pontuar um waza-ari e, na transição ao solo, imobilizou a adversária por mais 10 segundos para assegurar uma vaga nas oitavas.

Na luta seguinte, Maria Portela encarou a francesa Margaux Pinot, campeã europeia, e sofreu um waza-ari no golden score. “Eu conheço muito bem essa francesa e acho que busquei muito mais a luta do que ela. Mas é do esporte. Tem dias que as coisas não dão certo. Eu fiz o que poderia ter feito, mas não consegui andar na competição”.

Rafael Macedo no Mundial de Judô em Tóquio

Rafael Macedo perdeu para o britânico Max Stewart (Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)

Se tivesse conseguido avançar, talvez encontrasse uma velha conhecida na semifinal. Bárbara Timo, ex-atleta da seleção brasileira que defende Portugal desde o início do ano, enfrentou e venceu justamente Margaux Pinot na disputa pela final. Na decisão, acabou perdendo para outra francesa, Marie Eve Gahie, no jujigatame.

Apesar da expressão de frustração logo após ter de bater na final, Bárbara Timo tem o que comemorar. Além do vice-campeonato mundial e sua medalha de prata, coloca no currículo uma bela vitória sobre a japonesa Chizuru Arai, que entrou no torneio como bicampeã mundial. Timo venceu com waza-ari conquistado com um belo soto-makikomi logo no começo da luta (veja abaixo no 1min20s).

“Minha primeira grande medalha, que fica para a minha história”, disse Bárbara Timo, para o repórter Carlos Gil, do SporTv, em meio a muitas lágrimas. “Estou muito feliz porque eu nem sabia se ia conseguir vir. Eu tive uma lesão nas costelas há quinze dias. Nem sabia se ia embarcar”, revelou. “Foram os quinze dias mais tenebrosos para mim porque eu sabia que tinha condições”, acrescentou.

“Agradeço Portugal por ter investido no meu sonho e eu quero muito mais. Eu quero ser campeã olímpica. É um objetivo, uma meta que é realizável”, completa Bárbara Timo.

Rafael Macedo

Rafael Macedo enfrentou um chinês na primeira rodada, Bu Hebilige, e venceu por waza-ari. Na segunda luta mediu forças com o britânico Max Stewart e foi surpreendido por um waza-ari a menos de 30 segundos do fim da luta.

“A competição está em altíssimo nível, não tem luta fácil e está todo mundo muito bem preparado. Acredito que essa luta com o britânico estava muito travada, difícil acertar o jogo. Na hora que ele entrou eu fiz um movimento para tentar um contra golpe, mas a arbitragem interpretou que foi iniciativa dele”, explicou Rafael Macedo. “Agora é seguir em frente para tentar voltar aqui ano que vem e buscar uma medalha.”

Mais Brasil no Time de Refugiados

Outro “representante” do judô brasileiro também foi ao tatami da Nippon Budokan na madrugada desta quinta-feira. O congolês Popole Misenga, que desde 2013 vive como refugiado no Brasil, foi convidado pela Federação Internacional de Judô para lutar o Mundial sob a bandeira do Time de Refugiados Olímpicos, assim como nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Popole Misenga no Mundial de Judô em Tóquio

Popole Misenga contra o italiano (Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)

Popole treina no Instituto Reação, clube da campeã olímpica Rafaela Silva, com o técnico Geraldo Bernardes, mentor da Rafa e do Flavio Canto, fundador do Reação. Em sua primeira luta no Mundial, Popole encarou o italiano Matteo Marconcini e desistiu do combate após a chave de braço aplicada pelo adversário.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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