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Pan 2019

Rafaela Silva fecha coleção e quer levar bandeira no encerramento

Rafaela Silva conquista no judô a medalha de ouro que faltava e agora quer levar a bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento do Pan. Cargnin foi prata e Jeferson foi bronze

Rafaela Silva no judô dos Jogos Pan-Americanos
Wander Roberto/COB

E foi em Lima que saiu o ouro de Rafaela Silva em Jogos Pan-Americanos. Depois de uma prata em Guadalajara em 2011 e um bronze em Toronto quatro anos atrás, a brasileira subiu no lugar mais alto do pódio. Foi nesta sexta (9), no segundo dia de competições do judô. Daniel Cargnin e Jeferson Santos também saíram com medalhas, prata e bronze, respectivamente.

“Estou muito feliz com o meu resultado”, disse Rafaela Silva, após sair da final. “Para mim todas as competições têm o mesmo peso. Independente se é Olimpíada, se é campeonato Mudial, se é Pan-Americano. Eu sempro entro com a mesma intensidade, para sempre dar o melhor para o Brasil”, acrescentou.

Logo a seguir, a brasileira pediu para ser porta bandeira do Time Brasil no desfile de encerramento dos Jogos Pan-Americanos, marcado para domingo (11). “Ainda não tenho o mais esperado, nunca fui porta bandeira do Brasil em lugar nenhum”, falou em tom de brincadeira, mas nem tanto. “Por favor!”

Em geral, o calendário dos Jogos Pan-Americanos coloca o judô no início das competições, o que dificulta a participação dos atletas na cerimônia de abertura já que eles precisam ficar concentrados. Neste ano, em Lima, foi diferente. As disputas terminam no último dia do Pan, o que abre a possibilidade.

Rafaela Silva no judô dos Jogos Pan-americanos

Rafaela crava Dorvigny no tatame (Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

“A gente nunca participa da abertura e quando judô acaba a gente vai embora e nunca participa do encerramento”, fala. “Agora o judô acaba no dia do encerramento então a gente tem essa oportunidade”, disse a campeã mundial de 2013, atual campeã olímpica e agora atual campeã pan-americana.

Passou o carro

Rafaela Silva (57kg) não deixou dúvidas em Lima. O duelo mais esperado foi contra Anailys Dorvigny, realizado na semifinal. A cubana entrou em vantagem no confronto direto contra a brasileira, duas vitórias contra uma. E as duas derrotas haviam sido em campeonatos pan-americanos, em 2016 e 2017. Rafa descontou no Grand Slam de Baku, no ano passado. Desta vez a brasileira pulverizou a rival caribenha com um ipponzaço ainda no início da luta.

A final foi contra Ana Rosa, da República Dominicana, de quem a brasileira já tinha ganhado no campeonato pan-americano deste ano disputado também em Lima, há cerca de três meses. Venceu de novo, como quis. Primeiro marcou um waza-ari e depois encaixou uma chave de braço.

A primeira luta foi pela segunda rodada, as quartas de final, porque tanto Rafaela Silva quanto sua adversária, Amelia Fulgentes, dos Estados Unidos, eram cabeças de chave. Só a brasileira lutou e venceu nas punições. Fulgentes tomou as três ainda antes do último minuto do combate.

Daniel Cargnin

Daniel Cargnin saiu com a prata após perder a final para o dominicano Wander Mateo por um waza-ari. “Vou ser sincero, foi um atleta que me surpreendeu. Ele estava mais forte que das outras vezes”, falou. “Eu podia ter dado algo a mais. Fica como aprendizado para eu treinar e rever. As vezes a derrota ensina bastante”, falou o brasileiro que debutou em Pans. “Foi deslumbrante. Eu estava tentando levar como uma prévia da Olímpiada. O clima de Vila Olímpica, delegações. Acho que foi muito legal”.

Daniel Cargnin no judô dos Jogos Pan-Americanos

Cargnin derrotou Valderrama no chão (Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

Ele lembrou que no campeonato pan-americano, do primeiro semestre, ele venceu todos atletas que estavam agora em Lima “E não só ganhado, mas de um jeito melhor. Isso é bom para manter o pé no chão”.

Na estreia, teve uma luta enrolada contra o mexicano Nabor Castillo. Ele só conseguiu vencer no golden score, nas punições. Detalhe que por duas vezes o mexicano precisou de atendimento médico por sangramentos em dois locais diferentes. Quando voltou do segundo atendimento, estava com o rosto repleto de faixas. Mas a luta acabou ali mesmo, pois ele levou a terceira punição.

A seguir, Daniel Cargnin enfrentou na semifinal o venezuelano Rafael Navarro. Outra luta travada, mas desta vez ele usou sua técnica de chão para vencer.

Juninho Bomba

Jefferson Santos, o Juninho Bomba, também teve uma estreia enrolada, contra Sergio Mattey. O combate só foi decidido no golden score, com o venezuelano achando um waza-ari. Ele tinha dois shidos contra. Como Juninho era cabeça de chave, apesar da derrota, ele foi para a rescagem, onde bateu o colombiano Laider Navarro, e seguiu no caminho do bronze.

Jeferson Santos, no judô dos Jogos Pan-americanos

Jeferson Santos (Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

O judô dos Jogos Pan-Americanos de Lima continuam neste sábado, penúltimo dia de lutas. Entram no tatame os brasileiros Eduardo Yudy Santos (81kg), Alexia Castilhos (63kg) e Ellen Santana (70kg).

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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