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Judô

Nevasca de medalhas brasileiras no Grand Slam da Rússia

Maria Suelen leva o ouro, Mayra Aguiar e Maria Portela conquistam a prata, e Rafael Macedo, David Moura e Rafael Silva levam bronze no terceiro Grand Slam do ano

Foto: Reprodução TV

Enquanto o frio castigava a cidade de Ecaterimburgo, o Brasil ia conquistando medalhas no Grand Slam da Rússia. Saldo final: Maria Suelen levou o ouro, Mayra Aguiar e Maria Portela conquistaram a prata, e Rafael Macedo, David Moura e Rafael Silva levaram bronze no terceiro Slam da temporada.

A primeira medalha veio no sábado com Maria Portela conquistando a prata após campanhas ruins em Paris e Dusseldorf. A sexta-feira, primeiro dia do campeonato, passou em branco para o Brasil (confira as chaves dos três dias)

No domingo veio a tempestade. Primeiro foi Rafael Macedo (90kg) com sua primeira medalha em um Grand Slam. Depois veio a prata de Mayra (78kg) em sua segunda final seguida – foi campeã em Dusseldorf. Já Maria Suelen (+78kg) venceu seu primeiro torneio após mais de dois anos.

Nos +100kg David Moura subiu ao pódio em sua estreia em 2019 e Rafael Silva se recuperou da queda precoce no Grand Slam anterior, na Alemanha.

Ouro de Maria Suelen

Maria Suelen derrotou a francesa Anne Bairo na final em uma verdadeira batalha que durou mais de sete minutos. A brasileira saiu perdendo, mas virou e encerrou um jejum de mais de dois anos sem vencer no circuito internacional. O último ouro fora no Grand Slam de Abu Dhabi, em 2016. No ano passado ela perdeu a final na Rússia.

“Comecei a final perdendo. Mas, graças a sintonia com o técnico Mario Tsutsui, tive cabeça para conseguir virar o placar. Essa conquista me ajudou bastante no ranking olímpico e no classificatório para o Campeonato Mundial”, avaliou Suelen. “A equipe inteira está de parabéns. Obtivemos três finais e isso mostra que a equipe do Brasil está cada vez mais preparada para os próximos desafios.”

Os seis medalhados e a comissão técnica (foto: CBJ)

A chave dos +78kg começou direto nas oitavas. Maria Suelen passou por Raz Hersko aproveitando-se de um o-soto-gari mal colocado pela israelense. Depois venceu no hansoku-make a ex-companheira de seleção Rochele Nunes, que defende Portugal desde o início do ano.

Na semi encontrou a outra brasileira da categoria, Beatriz Silva, e venceu novamente por ippon aproveitando-se de um o-soto-gari ineficiente da adversária. Beatriz Silva disputou e perdeu o bronze, saindo em quinto.

Prata de Mayra Aguiar

A final de Mayra Aguiar foi contra Mao Izumi. A japonesa nunca havia chegado a uma decisão desse porte, mas vinha credenciada por bater Natalie Powell na semifinal. A britânica entrou no torneio como primeira cabeça-de-chave.

A decisão foi equilibrada, com leve domínio da brasileira. Mas em um bom ataque da japonesa, ambas foram ao chão e Mayra ficou presa no shime-waza, sendo forçada a bater.

Mayra Aguiar, cabeça-de-chave número dois, estreou nas oitavas contra a britânica Katie Yeats-Brown e venceu por ippon. Logo depois, também com o golpe perfeito, despachou a japonesa Rita Takayama.

A semifinal foi contra Bernadette Graf. A austríaca venceu Mayra Aguiar na final de Oberwart em fevereiro, mas tomou o troco nas quartas em Dusseldorf. Na Rússia a brasileira virou o confronto ao vencer novamente por ippon.

Bronzes de Rafael Macedo, Baby e David Moura

Rafael Macedo conquistou seu bronze com emoção, pois ele começou mal a disputa contra o holandês Jesper Smink, que vinha de pódio em Dusseldorf. Antes da metade da luta já tinha dois shidos, mas encaixou uma sequência de golpes e colocou o rival no chão, anotando o waza-ari vencedor.

Rafael Macedo em seu primeiro pódio de Grand Slam (Foto: Marina Mayorova/IJF)

No caminho até lá venceu o russo Khusen Khalmurzaev e o italiano Nicholas Mungai, ambos por waza-ari. Na semifinal perdeu para o georgiano Beka Gviniashvili por ippon.

“É minha primeira medalha em Grand Slam e estou muito feliz por essa conquista. Somei pontos importantes no ranking para conseguir minha vaga em Tóquio 2020. Foi um passo muito importante em busca dessa vaga. Mas, temos muito mais competições pela frente, e agora é continuar o trabalho duro para concretizar essa vaga em Tóquio”, projeta Macedo que, com os 360 pontos da Rússia deve melhorar sua 18ª colocação no ranking mundial.

Nos pesados masculino, David Moura derrotou o austríaco Stephan Hegyi com um lindo uchi-mata (assista abaixo) na disputa da medalha. Rafael Silva bateu o russo Ruslan Shakhbazon no o-soto-gari.

Moura foi até a semifinal, onde acabou derrotado pelo israelense Or Sasson, mesmo algoz de Rafael Silva, mas nas quartas. Rafael Silva se recuperou na repescagem.

“Estou feliz por ter conquistado a medalha, foi uma viagem longa até aqui e muitas horas de treinamento. Me senti bem nas lutas e pude sentir a evolução com este resultado. Só tenho a agradecer a todos que são suporte nesta caminhada até os jogos, meu muito obrigado”, destacou Rafael Silva.

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Além disso, no domingo lutaram Samanta Soares (78kg), Eduardo Bettoni (90kg), Rafael Macedo (90kg) e Rafael Buzacarini (100kg). Eles caíram antes das quartas e, portanto, ficaram fora da rota por medalhas.

Mais brasileiros no Grand Slam da Rússia

No sábado, além Portela, Eduardo Barbosa (73kg) fechou em quinto, sua melhor colocação em Grand Slams. Lutaram também Eduardo Yudy (81kg), que parou nas oitavas, e Marcelo Contini (73kg), Aléxia Castilhos (63kg) e Ketleyn Quadros (63kg).

Por fim, no primeiro dia o Brasil lutou também com Eric Takabatake e Phelipe Pelim (60kg), Daniel Cargnin (66kg), além de Nathália Brígida (48kg), Sarah Menezes e Eleudis Valentim (52kg) e Rafaela Silva (57kg).

Takabatake e Cargnin foram até a repescagem. Pelim e Eleudis perderam na segunda luta. Já Sarah, que voltou aos 52kg, Nathália Brígida e Rafaela Silva perderam na primeira.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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