Ainda em dúvida sobre a participação nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, Isadora Williams quer nova apresentação com música brasileira.
Filha de mãe brasileira e pai norte-americano, Isadora Williams fez história nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018. Portadora de dupla cidadania – Brasil e Estados Unidos – a atleta compete representando a bandeira verde e amarela, e foi a primeira sul-americana a se classificar no Programa Longo da patinação artística em uma Olimpíada.
Porém, quando o assunto são os próximos Jogos Olímpicos de Inverno, de Pequim 2022, uma dúvida ainda paira na cabeça da patinadora. “Eu não sei agora se vou competir em Pequim”, revelou, em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Ainda assim, Isadora faz questão de falar sobre a representação de um país com pouca tradição na modalidade. “O Brasil é um país muito famoso pelo futebol, carnaval e coisas tropicais. Mas a região sul, por exemplo, é fria, tem um outro clima. É um país muito grande e eu quero representar todo ele”, disse. Para isso, Isadora quer fazer uma homenagem.
Com apenas 22 anos, a atleta pensa em preparar novas apresentações que devem agradar os brasileiros. “Eu vou fazer dois novos programas, quero um deles com música brasileira. Ainda não sei qual música, mas eu vou fazer novos saltos”, anunciou a patinadora. “Eu gosto das músicas mais antigas, porque são perfeitas para a patinação artística. Gosto de ‘Mas que nada’ e ‘Águas de março'”, complementou.
Nas apresentações da Coreia do Sul, a escolha para a performance do Programa Curto foi Hallelujah, de Leonard Cohen e cantada por K. D. Lang. Já no Programa Longo, Isadora optou por um Flamenco espanhol, com a canção música Nyah, do filme Missão Impossível 2.
Antes de se dedicar aos novos planos, porém, a brasileira tem outro grande desafio: o Campeonato Mundial de Patinação Artística no Gelo, que acontecerá em Milão, na Itália, entre os dias 21 e 25 de março. Para isso, Isadora, a única representante brasileira na disputa, segue uma preparação intensa. “Eu treino seis dias por semana, menos no domingo. Fico três horas no gelo e uma hora na academia”, contou. “Esse é o final da temporada, e depois eu tenho três, ou quatro meses sem competições. No outono, começa a próxima temporada”, completou. A disputa do Programa Curto acontece já no primeiro dia de competição.
Relação com o Brasil
Reprodução/Facebook
Apesar de viver em Little Falls, Nova Jersey, onde cursa Nutrição e Negócios do Esporte na Montclair State University, Isadora costuma vir ao Brasil para visitar a família da mãe em Belo Horizonte, Minas Gerais.
“Eu gosto da comida, e eu sinto outras emoções no Brasil. A vida é mais ‘fácil’ do que nos Estados Unidos, as pessoas são mais ‘boazinhas'”, considerou a atleta. “Todas as pessoas falam ‘oi’, sorriem, e nos Estados Unidos todos são muito ocupados”, comparou.
Sem negar sua origem, revelou o que mais gosta no país. “Eu adoro feijoada, pão de queijo, brigadeiro… E eu bebo muito guaraná quando eu visito o Brasil”, disse.
Por fim, Isadora exaltou mais uma vez a representação do Brasil em competições. “O Brasil não teve patinadoras no passado, e eu quero representar o país da minha mãe e as pessoas do Brasil. É muito importante representar as crianças do Brasil em competições do mundo”, finalizou.
