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Jogos Olímpicos de Inverno

Pela paixão, Emílio Strapasson mudou os esportes no gelo

Ex-atleta do skeleton e ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Emílio Strapasson foi fundamental para a nova gestão da entidade

Emílio Strapasson, ex-atleta de skeleton (Facebook/emilio.strapasson)

“Foi amor a primeira vista”. Assim define Emílio Strapasson, 43 anos, seu primeiro contato com os esportes no gelo. “A minha caminhada começou vendo o Fantástico, com a equipe brasileira de bobslead sendo entrevistada em 2002, Salt Lake City.”

Em live da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, o ex-presidente da CBDG e ex-atleta de skeleton, contou como surgiu sua paixão pelos esportes no gelo e como mudou a gestão da entidade.

Impulsivo

“Eu nem sabia alongar e fui para o Canadá fazer uma seletiva de skeleton”. Meio inconsequente, mas movido pela paixão, Emílio Strapasson se jogou, literalmente, na modalidade de inverno.

Emílio Strapasson, do skeleton, também foi presidente da Confederação de esportes no gelo
Emílio Strapasson em ação pelo skeleton brasileiro (Facebook/emilio.strapasson)

“Eu olhei a pista e pensei ‘o que eu estou fazendo aqui, não é possível que eu vá descer isso’, mas desci”. Mais do que isso, Emílio Strapasson se destacou entre os quatro brasileiro que foram a Calgary fazer a seletiva.

“Acabei me saindo melhor do que os atletas profissionais que participaram comigo, acho que eles estavam com medo.” Mas Emílio também estava com medo, mas sua paixão e o sonho de disputar uma olimpíada eram maiores.

Quase

“Meio sem saber direito como, eu coloquei na cabeça que iria participar de uma olimpíada de inverno.” Na época, a CBDG não tinha uma gestão clara e muito menos orientava e dava suporte aos atletas.

“Fui para uma seletiva olímpica e precisava ficar entre os oito primeiros para me classificar. Eu tinha condições de ficar entre esses oito. Mas um libanês acabou pegando a minha vaga.”

Só que o tal atleta do Líbano competiu com um capacete fora das regras. “Eu tinha que pagar € 50 para apelar da decisão. Só que fiquei esperando os irlandeses fazerem isso. Eles não fizeram, eu não fiz e ficou por isso mesmo.”

Passa a frustração, Emílio Strapasson avalia que sabia muito pouco das regras do jogo e que foi um pioneiro solitário. “Enquanto eu competia e me esforçava, a antiga direção da CBDG se hospedava nos melhores hotéis e comia nos melhores restaurantes.”

Gestão pela paixão

O sonho olímpico congelou, mas os anos de atleta fizeram com que Emílio Strapasson crescesse como pessoa. E mais do que isso: fez com que o ex-atleta despertasse para os problemas da CBDG.

“Fui responsável por coordenar uma auditoria contábil e jurídica. Os clubes não tinham representatividade legal, as prestações de contas sempre foram apresentadas com atraso. Muitos familiares ocuparam posições de destaque na CBDG.”

A Justiça decidiu por intervir na entidade. O então presidente Eric Maleson foi afastado do cargo e Emílio assumiu como interventor. Pouco tempo depois, foi eleito presidente e mudou a gestão da CBDG. Atualmente, a entidade está entre as 15 melhores do ranking do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Emílio Strapasson carregou a tocha da Rio-2016
Emílio Strapasson carregou a tocha da Rio-2016 (Facebook/emilio.strapasson)

“Hoje, os esportes de inverno do Brasil possuem uma gestão que visa o alto rendimento e a perpetuação do esporte. Temos planejamento e a Arena Ice Brasil é o maior exemplo disso.”

A CBDG tem como missão possuir seleções permanentes em cada modalidade e possuir resultados esportivos top 10 mundial em 2 modalidades até 2022.

Graças à Emílio Strapasson, é permitido sonhar nos esportes de gelo, sem que o sonho derreta.

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