Foram duas vitórias contra os Estados Unidos, duas medalhas de ouro conquistadas, mas cada uma teve um sabor diferente. No feminino, o Brasil precisou se superar. As meninas perdiam por 3 a 1, reagiram, conseguiram empatar a 14 segundos do final do tempo normal e garantiram o título na prorrogação por 4 a 3. Já no masculino, Leomon Moreno mostrou porque é um dos melhores do mundo, liderou a equipe, que venceu com tranquilidade por 11 a 7.
No feminino, Brasil e Estados Unidos se encontraram pela segunda vez nos Jogos Parapan-americanos. Na primeira fase, as americanas venceram por 4 a 2 e abriram o placar logo de cara com um gol marcado por Eliana Mason. O Brasil chegou a empatar com Ana Carolina Custódio, mas o adversário conseguiu fazer mais um e terminar o primeiro tempo com 2 a 1 no placar.
Na segunda etapa, os Estados Unidos marcaram mais um e abriram 3 a 1. A situação era difícil. Victoria Nascimento diminuiu para a equipe brasileira logo depois do terceiro gol americano. Quando faltavam 18 segundos, Jéssica Vitorino entrou no jogo e, quatro segundos depois, empatou a partida, salvando o Brasil da derrota.
“Foi uma situação de jogo. O professor confiou no meu trabalho e me colocou lá na hora e saiu o gol. “Foi emocionante, mas tive que manter a concentração porque já tinha uma bola para defender em seguida. Então tive que segurar a emoção”, contou a autora do gol de empate. “Foi a ousadia, né? A gente muitas vezes tem que sair do barco para conseguir alguma coisa e conseguir algo diferente. E foi naquele momento que a Jessiquinha entrou e fez a diferença”, comemorou Ana Carolina Custódio, que, na prorrogação, teve a honra de marcar o gol do título brasileiro.
“Foi muito emocionante. Te confesso que a hora que a bola entrou, todo mundo gritou. Eu não sabia o que tinha acontecido, eu só ajoelhei e agradeci a Deus. Não sabia se tinha sido uma penalidade ou se tinha sido gol. Eu só sei que ajoelhei para agradecer e foi só na hora que todo mundo entrou gritando e o professor me abraçou que eu percebi que tinha acabado”, conta a jogadora. “O diferencial da gente foi a paciência, a união, a força que passávamos uma para a outra e acreditar que colocar todo nosso trabalho, tudo o que a gente abdicou pelo esporte, em prática na quadra por muita gente que a gente deixou de estar perto hoje para estar aqui”, afirmou a jogadora.
No masculino, o Brasil dominou o confronto desde o primeiro minuto. Liderado pelo craque Leomon, a equipe fechou o primeiro tempo vencendo por 8 a 3. No segundo tempo, a Seleção Brasileira chegou rapidamente ao placar de 11 a 4. Aí, se acomodou. Os americanos foram reagindo, marcaram cinco gols seguidos e enconstaram em 11 a 9. A equipe só voltou a respirar com mais um gol de Leomon, quando faltavam pouco mais de 30 segundos.
“O jogo contra os Estados Unidos é sempre pegado porque são os dois países que são pau a pau no goalball da América. Normalmente é um jogo muito disputado até a última bola. Quando a gente viu eles encostando, decidimos segurar na defesa e esperar eles errarem. Então, foi o que a gente fez: seguramos na defesa e encaixamos os gols em profundidade. Sofremos algums gols ali, a bola molhou, o que fez ela ficar mais rápida, mas graças a Deus a gente solucionou a nossa defesa e conseguimos anulá-los para que eles não pudessem ultrapassar a gente no placar”, explicou Josemárcio Sousa, autor de três gols no jogo.
Mas o destaque da partida que deu a medalha de ouro no goalball masculino para o Brasil, com uma vitória de 12 a 9 sobre os Estados Unidos foi Leomon, autor de nove gols na partida.
BRASIL X ESTADOS UNIDOS – FINAL DO GOALBALL – JOGOS PARAPAN-AMERICANOS