A Seleção Brasileira masculina de goalball já está classificada para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. A vaga veio por meio da medalha ouro no Mundial de Malmö, na Suécia, em 2018. Assim os jogadores projetam uma boa participação no Parapan de Lima 2019, cuja abertura acontece no dia 23, mas sem a pressão de competir com a vaga paralímpica em jogo.
A equipe de melhor colocação na capital peruana assegura lugar em Tóquio. Caso o Brasil fique com o ouro, o que já aconteceu há quatro anos, em Toronto 2015, a vaga irá para o medalhista de prata. Nada que faça Leomon Moreno, principal jogador do país na modalidade, pensar em algo diferente do que o lugar mais alto do pódio.
“A nossa expectativa é conquistar a medalha de ouro aqui em Lima. Queremos chegar à final da competição, mostrar que estamos fortes e dar um recado às outras equipes, sempre já de olho nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020”, disse Leomon Moreno, 22, que perdeu sua visão quando ainda era um bebê, por conta de uma retinose pigmentar.
Leomon participou nesta segunda-feira, 19, de uma coletiva de imprensa no centro principal de mídia de Lima. Foi apresentado, na ocasião, o roteiro do revezamento da tocha parapan-americana, que passará por diversas regiões nas cercanias de Lima nos próximos dias.
“Fico muito feliz de estar aqui em Lima para mais uma competição internacional pelo meu país. Será um campeonato que movimentará um nação, então o recado que eu deixo aos atletas locais é que aproveitem. Digo isso com experiência de quem já esteve nos Jogos Paralímpicos em casa. É uma oportunidade muito especial”, completou Leomon, que ainda tem no currículo o título mundial de 2014, na Finlândia, e o bronze no Rio 2016.
Em Lima, haverá a maior delegação brasileira na história de Parapans e todas as 17 modalidades terão representantes nacionais. São 337 atletas e 513 pessoas na delegação. O Brasil busca repetir o feito das três últimas edições dos Jogos continentais.
“Normalmente esse é o momento único na vida do atleta, jogos Parapan, Paralimpíadas, sempre é um momento único. É outro mundo, a gente está numa competição que reúne vários países e varias modalidades, e nossas competições são separadas, cada esporte tem a sua. Mas Pan e Olimpíada unem atletas, várias deficiências, todos os tipos de pessoas, a gente costuma dizer que é uma atmosfera diferente, nos traz felicidade e é muito diferente do que a gente normalmente passa na vida”.
Desde o Rio 2007, quando a competição passou a ser realizada na mesma sede dos Jogos Pan-Americanos (tal qual ocorre nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos), os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foi assim em 2007, em Guadalajara 2011 e em Toronto 2015. Neste último, foram obtidas 257 medalhas, das quais, 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze.
“A gente está lidando muito bem com essa questão de ser favorito nas competições, já estamos vindo de dois títulos mundiais, dois pans, duas medalhas paralímpicas, sempre estamos no pódio, e isso traz uma confiança maior, mas nunca menosprezando o adversário e sempre com os pés no chão para desenvolver o nosso papal da melhor forma, a gente sempre vai pelos melhores caminhos, o nosso treinamento já diz isso. Vamos conseguir a medalha de ouro”, finalizou Leomon.