“A meninada vai ver que a vovó dá trabalho ainda.” A promessa de Susana Schnarndorf para os Jogos Pan-Americanos Lima 2019 é verdadeira. A nadadora chega com 51 anos de idade e muita experiência para a sua terceira edição da maior competição do continente. Assista ao vídeo!
“Agora eu fui classificada para minha terceira edição dos Jogos Parapan-Americanos. Guadalajara foi o primeiro, foi o Parapan do pescoço, que eu brinco,” contou Schnarndorf em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. Em sua estreia nos Jogos Parapan-Americanos, Susana ficou com a medalha de prata nos 400m livre na classe SB7.
Já na edição seguida, em Toronto 2015, a brasileira não conseguiu repetir o pódio. Isso porque a doença na qual foi diagnosticada, a múltipla atrofia dos sistemas, começou a piorar. Ela sempre diz que um dia você ganha e no outro você aprende, mas relembra como foi a sensação de não estar com uma medalha no pescoço.
“Toronto foi um Parapan bem difícil pra mim também. Porque eu tive uma piora bem grande da minha doença em 2015, que foi o ano do Parapan. Eu não consegui nadar muito bem, eu fiquei bem frustrada de não ter subido no pódio e tudo. A gente é muito muito competitiva, né? Aquela história que o importante é competir não existe pra gente. Então foi um ano bem difícil pra mim 2015.”
Se na última edição Susana não conseguiu uma medalha, a nadadora chega com objetivos muito claros: “E agora eu vou para o meu terceiro Parapan em Lima. Vai ser bem competitivo e vamos entrar com tudo lá pra nadar bem.”
A experiência e o bom humor de Susana Schnarndorf fazem com que a busca de medalhas seja ainda mais extensa além de 2019. A vovó promete dar trabalho em 2019, no ciclo para Tóquio e projeta até Paris… 51 anos não é nada.
“Parapan em agosto 51. Eu sou a vovó do Time Nissan, eu sou a vovó da Seleção Brasileira, mas te falo que eu tenho a mesma energia. Eu treino todo dia com meninas de entre 20 e 30 anos. Eu tenho a mesma energia que elas ou até mais pra treinar, porque eu acho que idade é cabeça. Eu gosto muito do livro que eu li de uma nadadora americana que fala ‘it’s just a number’. A idade é só um número. E eu compito de igual pra igual aí. Quem sabe eu não vou até a França, né? Aí vai ser a bisavó do esporte paralímpico. Mas isso é bacana aí porque ensina a meninada que o esporte paralímpico tem uma longevidade,” conclui.