O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) apresentou, nesta terça-feira (13), os uniformes que a delegação brasileira vestirá nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. Na pista de atletismo indoor do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, foi realizado um desfile dos trajes a serem utilizados pelos atletas na capital peruana.
“Pela primeira vez, nós deixaremos de ir a reboque. Eu me lembro das outras missões, em que o material era feito e nós tínhamos que nos adaptar a ele. Agora, fizemos diferente, sob medida, pensando em todas as especificidades de cada deficiência para ter o melhor uniforme possível”, comentou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, bicampeão paralímpico de futebol de 5 (para cegos) em Atenas 2004 e Pequim 2008.
A linha de roupas autoral conta com 127 peças desenvolvidas especialmente para os atletas paralímpicos. Para divulgar sua linha própria de uniforme, o CPB convidou alguns dos competidores que os vestirão em Lima, para desfilarem para os patrocinadores do CPB: Loterias Caixa, Braskem e Ajinomoto.
“Nós conversamos com a área técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro e com os atletas para entender a necessidade deles. A linha foi feita com foco no atleta paralímpico e têm detalhes que atendem às suas características. Por exemplos, as calças têm zíper para facilitar aos que usam próteses. Essa pesquisa é um diferencial, não só a nossa estampa exclusiva”, explicou a mineira Amanda Rabelo, responsável pela equipe de designers do CPB, que idealizou os uniformes.
“Estou muito feliz por fazer parte desse desfile, que é um momento histórico. As roupas ficaram lindas e isso mostra o quanto o CPB e o Movimento Paralímpico cresceram. É muito bacana ter a nossa própria confecção e as pessoas poderem adquirir o seu no futuro”, comentou o nadador multimedalhista, Daniel Dias.
“Eu amei os uniformes, o CPB está de parabéns. A cada ano, o nosso uniforme veio evoluindo e, com essas novas peças, eu tenho toda a facilidade do mundo para vestir. Foi feito para nós. Pensaram em todos os detalhes, nas necessidades de cada deficiência”, destacou a lançadora de dardo Raíssa Machado, que tem má-formação nos membros inferiores.
“Os uniformes ficaram sensacionais, superam as expectativas. Eu, particularmente, estava ansiosa para vesti-los e, de todas as edições que eu já recebi, está é a mais bonita e confortável. Eu desfilei com o uniforme de pódio, agora espero que vista ele de novo com uma medalha de ouro em Lima”, disse a judoca Alana Maldonado, que tem baixa visão.
Os Jogos Parapan-Americanos de Lima serão a principal competição paralímpica da temporada 2019, de 23 de agosto a 1º de setembro, em Lima, no Peru. Ao todo, serão 512 integrantes na missão brasileira, sendo 337 atletas, de 23 estados e do Distrito Federal, em 17 modalidades. Esta é a maior delegação brasileira da história, e tem como meta manter-se na primeira colocação do quadro geral de medalhas, tal qual ocorre desde o Rio 2007. Na última edição do Parapan, em Toronto, há quatro anos, o Brasil subiu ao pódio 257 vezes, das quais 109 foram no ponto mais alto.
Nesta semana, os atletas paralímpicos fazem os últimos ajustes para a principal competição da temporada. Seleções brasileiras de atletismo, basquete em cadeira de rodas (feminino e masculino), futebol de 5, goalball (feminino e masculino), halterofilismo, natação, parabadminton, tênis de mesa e vôlei sentado (feminino e masculino) utilizam as estruturas do CT Paralímpico para a realização dos treinos finais antes do embarque para Lima.