A 30 dias para o principal evento da temporada, os Jogos Parapan-Americanos de Lima, os atletas brasileiros aperfeiçoam os treinos para repetir o feito de liderar o quadro geral de medalhas da competição. A partir do dia 23 de agosto em Lima, no Peru, 337 atletas brasileiros disputarão medalha.
Na terça-feira, 16, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou a lista dos convocados para o maior evento das Américas. Esta é maior missão brasileira com 512 integrantes, sendo 337 atletas, entre os quais atletas-guias, calheiros, goleiros e pilotos, que não possuem deficiência, de 23 estados e do Distrito Federal. O evento contará com cerca de 1.890 atletas, de 33 países, com disputa em 17 modalidades.
Nesta edição do Parapan, três modalidades estrearão no programa da competição: parabadminton, parataekwondo e tiro esportivo. Para os jogadores de badminton o mês de agosto reserva mais um grande evento, o Campeonato Mundial da modalidade em Basel, na Suíça, entre os dias 20 e 25. A Seleção Brasileira embarcará diretamente da Europa para o Peru, onde as disputas do esporte estão programadas para começarem no dia 29.
“Fizemos uma preparação muito intensa para estas duas competições. Treinamos principalmente no quesito físico, técnico e tático. Ainda faremos um treino final no CT Paralímpico, a partir do dia 5, que vai ser pesado, mas importante para entrarmos no clima de Seleção Brasileira. Vamos usar algumas estratégias para não sentirmos tanto a mudança de fuso horário, como começar a dormir no horário do outro país antes mesmo de chegar lá. O fisioterapeuta está atento para cuidar de nós no sentido de prevenção de lesão para termos resistência para disputar as duas competições”, relatou o paranaense Leonardo Zuffo, da classe SL3 (para atletas com deficiência nos membros inferiores).
O Brasil busca repetir o feito das três últimas edições dos Jogos continentais. Desde 2007, os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja a liderança do quadro geral de medalhas. Foi assim no Rio 2007, em Guadalajara 2011 e em Toronto 2015. Neste último, o país conquistou 257 medalhas, das quais, 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze.
“A nossa meta no atletismo é superar o número de medalhas conquistadas em Toronto 2015. Todos os nossos atletas convocados têm chance de medalhar. Nestes últimos dias de preparação, nós fazemos os ajustes finos, trabalhando no aprimoramento e não na resistência, como era antes. Uma estratégia é simular uma competição nos treinos para os atletas já entrarem no ritmo”, disse Amaury Veríssimo, técnico-chefe de atletismo do CPB.
“A cada treino concluído eu encaro como um dia a menos para os jogos Parapan-Americanos. Neste momento, eu intensifico os trabalhos físicos na academia e na areia da praia, como moro em Santos. Faço esse trabalho cinco vezes por semana e treino em quadra três vezes, em busca da minha excelência técnica. A partir do dia 13, vou me reunir à Seleção Brasileira, no CT Paralímpico, para a última etapa de treinamento. Nossa expectativa é manter a hegemonia continental, mas sabemos que isso não será fácil”, contou a carioca Ana Carolina Duarte, da classe B2 (para baixa visão), que faturou o ouro em Toronto 2015 e a prata em Guadalajara 2011.
As 17 modalidades em disputa são atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, parabadminton, parataekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro esportivo e vôlei sentado. O Parapan dará vaga direta para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 em quatro modalidades: basquete em cadeira de rodas (os três primeiros colocados no masculino e campeão e vice no feminino), rúgbi em cadeira de rodas (campeão), tênis em cadeira de rodas (uma vaga no feminino e uma no masculino) e vôlei sentado (os quatro primeiros do feminino e do masculino). As equipes de futebol de 5, goalball (feminino e masculino) e o atirador Alexandre Galgani já estão classificados.