Ajuda aí, produção! A vida de atleta já não é fácil. A natação do Brasil acaba de vir do Mundial, disputado em Gwangju, na Coreia do Sul. São quase 12 horas de fuso para se acostumar e nadar os Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. Em dois dias, o Brasil conquistou doze medalhas entre ouro, prata e bronze. Mas algo complica os atletas da natação como um todo em Lima: a logística antidoping da organização.
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“Vou ser sincero aqui, foi bem desorganizado sim (o antidoping), eles chamaram todo mundo que nadou os revezamentos, todo mundo que foi medalhista nas provas individuais, então no final ficou uma confusão. Muita gente pra fazer doping. Uma estrutura não muito boa para estar suprindo a necessidade de todos os atletas. Então acabou que teve gente que chegou na Vila duas horas da manhã pra nadar hoje (quarta, 07) de manhã, então foi bem cansativo, a gente não conseguiu soltar. A Vila que fecha o jantar às três horas da manhã. Teve gente que teve que segurar o jantar até esse horário. A gente quando está no alto rendimento, qualquer coisa atrapalha bastante, ainda mais a gente que está vindo de uma matéria de competições, não está conseguindo descansar tão bem de uma etapa para outra. Da final para a eliminatória. Então a gente tem que buscar se resguardar ao máximo aí pra chegar nas finais no outro dia e ter o melhor resultado. Está sendo muito complicado,” desabafou Léo de Deus, após o bronze, na prova dos 200m costa.
O antidoping foi feito em todos os medalhistas após as provas, que acabaram por volta de duas horas da manhã do Brasil. Sendo que a disputa das eliminatórias acontece no dia seguinte à uma da tarde. O tempo de recuperação, sono e alimentação acaba prejudicado nesse formado.
“Eu acho que o problema foi que todos que foram para o pódio do revezamento, todos, o feminino e o masculino, fizeram o antidoping. Então tiveram 24 pessoas juntos numa mesma sala fazendo o antidoping, acabou atrasando ali. A gente saiu da premiação, o doping demorou, tivemos que soltar, o ônibus atrasou um pouco pra chegar na Vila. Eu cheguei na Vila uma e meia. Fui dormir duas e meia da manhã. Mas, enfim, são coisas que acontecem. Não da pra ficar se lamentando aqui. O jogo segue.” contou Chierighini.
Mesmo com esse problema de logística, a natação do Brasil tem conseguido trazer medalhas. Exemplo foi Breno Correia, que nadou a primeira e a última prova e garantiu duas pratas. Léo de Deus lembrou a conquista do companheiro de equipe: “Eu cheguei uma e meia e fui dormir duas e meia, duas e quarenta. O pessoal do revezamento chegou no quarto umas duas da manhã. O pessoal sentiu bastante. O próprio Breninho que ia nadar os 200m livre, a primeira prova, e nadou o revezamento, a última. Então ele foi um super herói de estar nadando e conquistando essa medalha de prata. Parabéns pra ele. Mas é continuar trabalhando, focado, que é só o segundo dia e tem muito pela frente.”
“Olha, se você levar ao pé da letra, sim, atrapalha. A gente está no meio do campeonato, se a gente for ficar apontando cada ponto negativo aqui vai ser prejudicial para nós mesmo. Então acho que é levar o jogo assim e tentar levar numa boa. Sabe? Descontrair. São coisas que… São um pouco lamentáveis, digamos assim, mas vamos seguir o jogo, que tem muita competição pela frente ainda”, finalizou o nadador Marcelo Chierighini