Como não poderia ser diferente, o segundo dia de competições de atletismo também foi agitado. Teve até título! Nesta quarta-feira (07), Darlan Romani quebrou um tabu histórico no arremesso de peso e conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil em todos os tempos nos Jogos Pan-Americanos. Já nos 100m rasos, Paulo André de Oliveira faturou a prata no masculino, enquanto Vitória Cristina Rosa fechou com o bronze no feminino. Confira os resultados dos representantes brasileiros em Lima.
Arremesso de peso
Darlan Romani já desembarcou na capital peruana como um dos principais candidatos ao primeiro lugar. Depois de uma longa viagem, chegou com uma inflamação na garganta e lutou contra a febre ao longo dos treinamentos. Mantendo um desempenho consistente, ele não deu chances para os rivais e liderou a disputa desde a tentativa inicial. Com a marca final de 22,07m, o catarinense sobrou e levou para casa a inédita medalha de ouro para o Brasil no naipe masculino. Além disso, se tornou o recordista pan-americano, superando o resultado anterior de 21,69m. Que dia!
“A medicação ajudou bastante, consegui suportar bem com os antibióticos. Eu fiz 29 horas de viagem vindo de Madri. Quando eu cheguei aqui em Lima, eu já não estava legal, me sentia um pouco estranho. Na primeira noite acordei queimando de febre. Passou de 40 graus. Fisicamente, eu me sinto bem. O psicológico estava um tanto bagunçado. A minha sequência foi seguindo pouco a pouco. O resultado está aí, estou muito feliz por ter conseguido a medalha.”
“Batalhamos para isso (superar as adversidades). Ontem, eu pensei em desistir. Eu chamei o doutor e disse ‘acho que eu vou pedir baixa’. O resultado está aí, é isso que importa. Vou continuar cuidando da saúde. Eu já tenho mais uma sequência de competições pela frente”, completou.
100m rasos
Na prova mais emocionante e aguardada pelo público presente no estádio de La Videna, os brasileiros registraram resultados importantes e foram ao pódio em Lima. No masculino, a falsa saída logo de cara mexeu com os atletas. Paulo André de Oliveira conseguiu o quarto melhor tempo de reação e brigou diretamente por medalhas. Ao final, finalizou com o vice-campeonato e a marca de 10,16s. Esta foi a primeira vez em que o Brasil marcou presença entre os três melhores desde Claudinei Quirino, em Winnipeg 1999.
“Eu vim pelo ouro. Eu fiz uma boa prova, eu dei o meu máximo. A relargada não atrapalhou. É normal, o atleta tem que estar preparado para esse tipo de situação. Em toda a prova de 100m pode acontecer. Eu estava bem concentrado e consegui a medalha de prata”, disse Paulo André.
Com a queimada, Rodrigo Nascimento perdeu parte da estratégia e concentração para a retomada. Correndo atrás dos rivais e flertando com o bronze, confirmou a quarta colocação geral (10,27s) e ficou em quarto lugar.
“Eu reagi bem ao primeiro tiro. Alguém ali acabou queimando, não sei o que aconteceu. Já no segundo, por algum motivo, eu não reagi bem. Acontece. Devido a isso, eu tive que fazer uma corrida completamente diferente. Correr atrás dos outros é completamente diferente. Eu não estou feliz com o quarto lugar, mas saio satisfeito, fiz o meu melhor”, explicou Rodrigo Nascimento.
Na disputa feminina, Vitória Cristina Rosa não saiu da cola das líderes. A corrida pela prata foi dura, a decisão foi por apenas 0,03s. Depois de cruzar a linha de chegada, a brasileira olhou para o telão e viu que levaria a medalha de bronze para casa.
“Não só eu, mas as outras competidoras também pensavam em conquistar um resultado melhor. Por conta do clima frio, isso atrapalha na prova de velocidade. O objetivo aqui era só a medalha mesmo. Nós sabemos que poderíamos ter feito melhor”, disse.
Salto em distância
Na finalíssima do salto em distância, Alexsandro de Melo também vinha forte para beliscar o pódio, mas não deu. Por onze centímetros de diferença, ele teve de se contentar com a quarta colocação depois de saltar 7,77m. Faltou pouco.
“Sempre esperamos mais. Bateu na trava a medalha de bronze. Estou feliz em parte, mas ainda tenho a prova do salto triplo, que é a verdadeira prova em que eu vim para brigar por medalhas. Eu sou o décimo no ranking mundial do salto triplo e o terceiro no ranking pan-americanos. Vamos concentrar para o dia 10”, contou.
Decatlo
No decatlo masculino, Jefferson Carvalho terminou com a sexta posição geral ao anotar 566 pontos. O ouro ficou com o cubano Leonel Fajardo, seguido pela prata do canadense Damian Warner e pelo bronze do estadunidense Nathan Hite.