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Pan 2019

Até o presidente do Peru foi assistir à final do surfe

Com seis atletas do país nas seis decisões de ouro no último dia de competições, peruanos lotaram às arquibancadas de Punta Rocas

Martín Vizcarra entrega o ouro para Piccolo Clemente, (Gabriel Heusi/Lima 2019)

O último dia das competições de surfe nos Jogos Pan-Americanos de Lima foram tão especiais para os peruanos que até o presidente do país, Martín Vizcarra, compareceu em Punta Rocas para prestigiar. Havia motivos para isso, diga-se de passagem. Afinal os anfitriões colocaram um atleta em cada uma das seis finais do dia, inclusive o lendário Benoit ‘Piccolo’ Clemente.

Espalhados pelas duas arquibancadas do complexo, os torcedores vibravam a cada manobra de seus compatriotas e lamentavam quando alguma coisa dava errado. “Armados” com balões cilíndricos, batiam forte com eles nas arquibancadas, ou um contra o outro mesmo, para fazer barulho. Os que estavam na arquibancada provisória iam além e pisoteavam a mandeira que fazia parte da estrutura. Chacoalhava tudo!

Torcida no surfe dos Jogos Pan-Americanos

Victor Prado e seu binóculo (André Rossi/OTD)

“O Peru sempre teve grandes surfistas, muita gente nos Mundiais e nos Pan-Americanos. Estou muito emocionado agora que temos uma estrutura nova e iremos promover todos os esportes”, falou o mecânico Victor Prado, de 51 anos, que levou até um par de binóculo para enxergar melhor as disputas no mar.

“Eu sempre ouvi muito falar de Daniella Rosas e da campeã mundial Sofía Mulánovich. E há tantos peruanos que podemos falar. Nós estamos emocionados com um Pan-Americano muito bem feito, com infraestrutura adequada que nunca tivemos e que irá permanecer. Estamos muito contentes. O esportes nacional está se levantando”, completou Victor Prado, morador de Lima.

Em meio a eles, alguns de verde e amarelo. “É impressionante, não só aqui no surfe, o apoio que a torcida dá para os peruanos, independente do resultado. Eles estão vibrando, comemorando. Eu estou impressionado com a energia dessa torcida”, disse João Fadel, brasileiro de 36 anos.

“A gente até entra na torcida pelo Peru, com exceção onde vai ter a brasileira, claro, por ser muito legal, muito bacana essa torcida”, completa o advogado, que saiu de Itacaré, no interior de São Paulo, para visitar o Peru e aproveitar para assistir alguns eventos do Pan. “Não conhecia o Peru e como eu gosto muito de esportes, aproveitei para conhecer o país e para assistir ao Brasil aqui nos Jogos Pan-Americanos”.

Torcida no surfe dos Jogos Pan-Americanos

André Rossi/OTD

Francesco Castratt Meza levou o avo Hector Meza. “Muito emocionante, é um esporte clássico do Peru e agora é olímpico. É totalmente emocionante, ir para Tóquio, nos representar é um feito e tanto. A emoção é inexplicável. É uma experiência única que tem nos orgulhado muito”, comentou.

“Ter uma competição desse nível na porta de casa, ver os atletas locais, que sempre estão disputando os grandes torneios ao redor do mundo, com tantas medalhas de olhos, olha, é um sentimento difícil de explicar. Assistir tudo com meu pai e filhos é um ambiente muito familiar. A maioria daqui na arquibancada não se conhece, mas há uma troca de experiências e todos torcendo muito. É um sentimento muito bonito. Temos a Torres, o Clemente, é um enorme prazer acompanhar tudo isso de perto”, completou.

Torcida no surfe dos Jogos Pan-Americanos

André Rossi/OTD

No final, a apoteoese que todos espetravam. Martín Vizcarra, de abrigo esportivo vermelho, colocou a medalha de ouro no peito de Piccolo Clemente, o grande nome do dia. Ele levantou as arquibancadas a cada onda que pegava e chegou a fazer mais de nove pontos em três delas. Nem precisava, já que só as duas melhores – 9,83 e 9,30 – contaram, resultando em uma soma final de 19,13 pontos.

Piccolo abriu os ouros peruanos do dia. Depois dele Daniella Rosas e Luca Mesinas também ficaram com ouro no aberto feminino e masculino. Além da medalha, os dois garantiram vaga nos jogos olímpicos de Tóquio.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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