O Brasil perdeu para Cuba por 3 a 0 na semifinal do vôlei masculino nos Jogos Pan-Americanos de Lima, neste sábado (4). As parciais foram de 25/16, 25/22 e 25/21. Com isso ficou fora da disputa pelo ouro, que não vem desde 2011, em Guadalajara. Em Toronto, há quatro anos, a seleção perdeu a final para a Argentina.
O vôlei masculino não fica de fora de uma final em Jogos Pan-Americanos desde 2003, em Santo Domingo, quando foi bronze. A última vez em que não foi ao pódio foi em 1995, em Mar del Plata. Para tentar se manter entre os três primeiros, agora em Lima, o Brasil volta à quadra às 20h deste domingo. O adversário será Argentina ou Chile.
“O voleibol internacional está ficando numa situação de condição física que a gente tem de ficar atento no Brasil”, comentou o técnico Marcelo Fronckowiak após a partida. “A gente tem ciclos muito bons de jogadores tecnicamente diferenciados, como o Ricardinho e o Giba, que compensavam a ausência de força física com qualidade técnica e velocidade. E pelo tamanho que está ficando o voleibol, pela intensidade, pela força a gente está precisando buscar jogadores como o Kadu, como o Roque, como o Abuda”, acrescentou.
O treinador viu isso contra Cuba. “Você tem atacantes de tanta força e tanta potência como Cuba hoje, quer dizer, eles resolveram o problema de imediato. A gente travou e Cuba não travou nunca”, comentou. “Hoje nós temos jogadores na Rússia, que são ponteiros, com mais de dois metros e saltando um metro. Esses cubanos aqui a mesma situação. E não está tão fácil de achar isso no Brasil”.
A seleção chegou na semifinal após ver de perto a eliminação ainda na fase de classificação. Na sexta (2), o time chegou a estar perdendo por 2 a 0 para os Estados Unidos e, se perdesse por 3 a 0, cairia fora. O Brasil acabou virando para 3 a 2 e se classificou em primeiro lugar no Grupo B. Cuba foi a segunda do A.
Éder com problema estomacal
A seleção entrou em quadra sem o central Éder, que nem veio para o banco no primeiro set. “Eu comi alguma coisa e acabei passando mal. Comecei a vomitar e não conseguia sair de perto do banheiro”, revelou, acrescentando que o problema não afetou seu desempenho de forma determinante. Ele foi para o jogo a partir da segunda parcial.
Cledenílson entrou em seu lugar. Rodriguinho também não começou, ao contrário das outras partidas, dando lugar a Kadu. Sendo assim, o time que titular foi Thiaguinho, Cledenílson e Matheus, Lucas Lóh e Kadu e Abouba, sempre com Rogerinho de líbero.
Sem o capitão em quadra, o Brasil não foi páreo para os cubanos, que foram abrindo frente desde o início. Fronckowiak ainda mexeu na distribuição e no ataque, colocando Carísio e Roque nos lugares de Thiaguinho e Abouba, mas não adiantou e eles fecharam com um sonoro 25 a 16.
Éder reapareceu na quadra no intervalo do primeiro para o segundo set e fez aquecimento. Não começou jogando o segundo set, mas entrou logo no início. E o Brasil começou bem, chegou a abrir 5 a 2, mas novamente parou de virar.
Os caribenhos empataram, viraram e sumiram, mas desta vez a seleção reagiu. Aos poucos se aproximou, chegou a colar no 21 a 19, mas os cubanos conseguiram manter-se à frente até fechar em 25 a 22. O último set foi um repeteco do segundo, com os cubanos abrindo no começo e o Brasil tentando buscar no final, sem sucesso.
“Talvez a equipe estivesse um pouco tensa por estar enfentando Cuba, que é uma seleção muito forte. E no começo dos sets, quando não começou a funcionar o que a gente tinha planejado, paramos de jogar taticamente”, comentou Éder, capitão do time. “Cuba sempre que joga na frente joga mais solta. A partir do momento que a gente colocou pressão eles começaram a errar. Faltou desde o início darmos uma pressionada no time deles”, disse. “Agora a gente vai com tudo amanhã para tentar conseguir o bronze”, finalizou.