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Pan 2019

Nathasha Figueiredo rouba cena com torcida organizada local

Giovana Pinheiro / OTD

A torcida roubou a cena! Quando se entra no estádio para trabalhar, a primeira coisa que acontece é notar o ambiente. E o que mais chamou atenção foi perceber um grupo de pessoas animadas gritando o nome de Nathasha Figueiredo. Tem mais! Não era torcida verde e amarela, eles tinham sotaque de lingua espanhola. Estranho? Nada disso! A brasileira tem um parceiro de suplemento e nutrição de marca mundial com uma sede na capital peruana, que fretou até ônibus pra ir à competição de levantamento de peso, neste sábado (27), nos Jogos Pan-Americanos.

“Eles organizaram essa torcida. É a primeira vez que eu tenho uma torcida tão grande em um campeonato internacional, sabendo que pra se deslocar é complicado trazer a família. Então é normal, a gente está acostumado a não ter torcida quando a competição é fora, mas pra mim foi essencial. Eu consegui receber todas as boas energias. E foi sensacional, eu nem sei o que dizer”, contou a brasileira em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. “Nathasha é nossa amiga e é companheira em um negócio. Ela tem um tempo usando nossos produtos. Eu conheci ela no Brasil, soube que ela vinha pra cá e vim também torcer por ela”, revelou Héctor Ruiz, empresário da Omnilife.

A parceria ainda levou o marido de Nathasha até a competição. Tudo cooperou para que Nathasha sentisse a atmosfera. O grupo era dividido entre mexicanos, peruanos e venezuelanos. Sempre muito animados e cantando gritos de apoio para a brasileira. A atleta conta que há dois anos estava sem perspectivas e não imaginava ter chegado onde chegou. Fez até uma reflexão sobre sua primeira edição de Jogos Pan-Americanos.

“Primeira vez. Primeira vez. Foram dois anos de preparação, dois anos que eu já não esperava mais chegar ao alto rendimento assim. Eu estava muito tempo sem viajar, sem competir internacionalmente. Então ter tudo isso de uma vez é divino”, desabafa a brasileira.

Em Lima, Nathasha foi tratada como celebridade. Saiu da prova, que ficou em quarto lugar, e foi até a torcida. Tirou muitas fotos e selfies, abraçou crianças, se emocionou e retribuiu todo o carinho que recebeu. Motivo mais que suficiente para justificar a ida.

“Eu trouxe uma equipe muito grande, somos pessoas que trabalhamos aqui faz muito tempo. Uma equipe que veio torcer porque consideramos que somos uma família. E ela é uma atleta incrível, que inspira para nós podermos chegar aos nossos próprios sonhos, com disciplina, com trabalho, com decisão,” completa Héctor.

E é exatamente essa a graça do esporte. Nem sempre tem medalha, mas sempre tem história. Nathasha Figueiredo volta pra casa com uma memória inenarrável de um dia inesquecível. A torcida saiu feliz, garante que valeu a pena e sabe do esforço: “O que importa é o coração que ela deu, porque vimos quando ela levantou o coração e o espírito que ela colocou foi muito grande. Mas nós torcemos sabendo que ela deu o melhor esforço”, completou Héctor Ruiz.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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