Ana Patrícia/Rebecca, Ágatha/Duda, Maria Elisa/Carol Solberg, Bárbara Seixas/Fernanda Berti e Talita/Taiana, as cinco principais duplas do país, estão envolvidas na briga pelas duas vagas brasileiras para a Olimpíada. Simultaneamente aos Jogos Pan-Americanos, acontecem torneios importantes válidos para a corrida olímpica. Por conta disso, Carol Horta e Ângela conquistaram o direito de representar o país em Lima. Se elas não têm chances de estar em Tóquio 2020, elas encaram Lima 2019 com a importância de uma Olimpíada.
“Aqui é a nossa Olimpíada. É um torneio muito parecido, lógico que um pouco menor. Eu nunca fui para a Olimpíada, mas, pelo que eu vejo e pelo que eu escuto, os Jogos Pan-Americanos são um pouco menores, mas é o mesmo tipo de estrutura e organização. Sem dúvida, aqui vai ser a nossa Olimpíada”, acredita Carol Horta em coro com a parceira. “Pra mim, está sendo a realização de um sonho. Eu projetei estar aqui. Então, viver isso aqui para mim está sendo a realização de tudo o que eu projetei”, afirma Ângela.
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Cearense nascida em Fortaleza, Carol Horta, de 26 anos, chegou a sonhar com a possibilidade de brigar pela vaga olímpica. Jogando ao lado de Taiana, chegou a ser vice-campeã em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, etapa cinco estrelas do Circuito Mundial, em março do ano passado. Na época, a dupla formada de última hora fez sucesso, mas não conseguiu mais resultados importantes até o final da temporada internacional e se desfez.
“Com a Taiana, deu certo no começo, mas eu morava em Fortaleza e ela morava no Rio de Janeiro. Foi tudo mutio em cima, então a gente não conseguia se organizar em relação a isso e preferimos nos separar. Ela foi jogar com a Talita e eu me juntei com a Ângela, que não estava jogando o circuito mundial. Então, ela não tinha pontuação e aí eu acabei caindo um pouco do ranking, o que dificultou essa participação na corrida olímpica”, explica Carol Horta.
Ângela é mais experiente que a parceira. Tem 38 anos, mas, antes de começar a jogar com Carol, não disputava uma etapa do Circuito Mundial desde 2016. Como o ranking é baseado na soma da pontuação das parceiras, a dupla ficou longe de conseguir estar presente dos principais torneios internacionais, que só permitem seis duplas por país em cada competição.
Ainda assim, elas jogaram três torneios no final do ano passado e tiveram como melhor resultado chegar nas oitavas de final da etapa três estrelas de Qinzhou, na China. Mas, além da dificuldade de ranking, é difícil ter dinheiro para estar em todos os principais torneios do circuito.
“A corrida olímpica, além de ser muita cara, também exige muito. São várias exigência que eu e a Carol até tentamos, fomos a algumas etapas, mas requer muito investimento. Para estar em todas as etapas, tem que ter patrocínio por trás. Temos apoios sim, mas são coisas menores”, explica Ângela.
Sem chances de ir a Tóquio, a dupla então se focou em ser a dupla representante do país nos Jogos Pan-Americanos. Para isso, disputaram três etapas do Circuito Sul-Americano, conseguindo pódio em todas (ouro em Brasília, prata em Coquimbo e bronze em Camaçari), e foram à China para participar das etapas duas estrelas de Nantong e Nanjing em junho.
“A gente imaginou que alguns times que estariam aqui em Lima, iriam para esses torneios na China. O time de Cuba foi e a gente fez jogos contra elas e já deu para saber quem eram. Aí os times da América do Sul, Paraguai, Uruguai e Chile, já estamos muito acostumados a jogar no circuito sul-americano e já sabáimos quais seriam os times. Só Canadá e Estados Unidos nós não sabíamos e os outros, Ilhas Virgens, Canadá e Guatemala, a gente não conhece porque quase não jogam”, conta Carol Horta.
A participação nos dois torneios chineses foi extramente bem-sucedida. Tanto em Nantong, quanto em Nanjing, Carol Horta e Ângela ficaram com o vice-campeonato. Já sobre os encontros contra as cubanas Maylen e Leila, o primeiro não foi dos melhores, as caribenhas venceram por 2 a 1 na fase de grupos em Nantong. Já em Nanjing, as brasleiras deram o troco e venceram por 2 a 0.
Das duas brasileiras, Carol Horta já tem experiência em Jogos Pan-Americanos. Em Toronto 2015, ela conquistou a medalha de bronze ao lado de Lili, mas em Lima, com Ângela, ela espera subir mais dois degraus para colocar o ouro no peito e coroar o Pan, que, para elas, tem sabor de Olimpíada. “Sem dúvida, essa é a intenção. A gente vem com o intuito de ganhar o ouro sempre e espero dessa vez a gente conseguir conquistar”, diz Carol. “Nosso intuito sempre é ir em busca do título, ainda mais que a gente é do Brasil, um dos fundadores do vôlei de praia e que tem um circuito nacional muito forte. Então, nosso objetivo é esse e vamos lutar com todas as forças”, completou Ângela.
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