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Pan 2019

“Coelha” dá adeus ao tênis de mesa e não vai ao Pan-Americano

Lin Gui, que estava convocada para ir a Lima, enfrentava problemas físicos a resolveu voltar para a China, sua terra natal

Lin Gui no Mundial de Budapeste, em abril (Abelardo Mendes Jr./Rede do Esporte)

Foi rápido, mas intenso e inesquecível. Nesta semana, a lista de convocação para os Jogos Pan-Americanos de Lima não trazia um nome que parecia certo: Lin Gui, 87ª colocada no ranking mundial de tênis de mesa. Na verdade, era a despedida da atleta da seleção, carinhosamente chamada pelos colegas de Coelha.

Problemas físicos a impediam Lin Gui de treinar em alta intensidade há algum tempo. Mesmo assim, disputou o Mundial de Budapeste, classificando-se para a chave principal. Ela retornou para a China e pediu para não ser mais convocada.

Atualmente com 25 anos, a Coelha não nasceu em nosso território. Natural de Nanning, na China, já atuava por aqui desde jovem. No início desta década conseguiu a naturalização e logo foi convocada para os Jogos Olímpicos de Londres.

Entre títulos, sul-americanos, latino-americanos e pan-americanos, um feito chama a atenção: a inédita medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, no único Pan que disputou.

Ela teve a oportunidade de sair até com o ouro, um feito no tênis de mesa feminino do Brasil. Acabou derrotada pela norte-americana Yue Wu, por 4 a 3. Chorou intensamente após a partida, nos ombros do técnico Hugo Hoyama, um de seus principais incentivadores. Mas estava entrando para a história da modalidade no país.

“Cada vitória inédita que conseguimos é uma memória incrível para mim. Sentirei falta de toda a equipe, das pessoas que torceram para nossa Seleção, das pessoas que trabalharam para a gente, desde 14 anos atrás, quando começou minha vida no Brasil”, ressaltiou Lin Gui, agora, ex-atleta da Seleção.

Defendendo as cores do Brasil, penou para superar os efeitos da altitude de Cochabamba, na Bolívia, precisando até de balões de oxigênio durante uma partida, em 2018. Mesmo assim, ainda trouxe uma medalha de prata, perdendo para a colega Bruna Takahashi na decisão.

Na despedida, nada de choro ou lamentações: “Obrigada por tudo! Se não fosse vocês, não teria a coelha de hoje, todas as vitórias e medalhas são para vocês”, disse. “Estarei torcendo para a seleção brasileira, agora sou uma torcedora. Agora quero descansar um pouco e poder ficar com família. Também vou tentar pós-graduação, talvez uma oportunidade de trabalho. Vamos ver”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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