Começam nesta quinta-feira (11.10), em Buenos Aires, as provas de atletismo da Olimpíada da Juventude. As disputas, que serão realizadas até o dia 16, terão 21 brasileiros na briga por medalha em 15 provas. Essa é a maior equipe do Brasil nos Jogos.
“Acredito que, além de estarem competindo com os melhores do mundo, e isso é importante para melhora de resultado, o fato de estarem dentro da estrutura do Time Brasil, mantido pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e vivenciar as experiências que uma Vila Olímpica propicia, os auxilia para eventos importantes na categoria adulto”, destaca o treinador-chefe do Brasil, Alexandre Moratto.
Já no primeiro dia de competição, os brasileiros participarão de cinco provas: 5.000m (masculino), salto em altura (masculino), salto em distância (feminino), lançamento do disco (masculino), 400m (feminino e masculino). As competições serão realizadas no Parque Olímpico da Juventude, a partir das 14h30 (de Brasília).
Da equipe com 12 homens e nove mulheres, três estão ranqueados entre os oito melhores do mundo, o que aumenta a chance de medalha para o Brasil: Caio Teixeira (400m com barreiras), Nerisnelia Sousa (salto triplo) e Vitor Motim (lançamento do disco). Caio Almeida é bicampeão sul-americano e prata na Gymnasíade 2018, realizada em Marrocos, em maio. Já Nerisnelia dos Santos é campeã brasileira sub-20 e sub-18, bicampeã sul-americana e prata na Gymnasíade 2018. Motim foi campeão no evento mundial escolar.
“Eu me preparei muito bem para essa competição. Treinei e espero atingir os resultados, melhorar minha marca e, consequentemente, levar uma medalha para o Brasil”, destaca Nerisnelia dos Santos, 17 anos. “É uma sensação gratificante participar dessa competição. Eu treinei duro durante quatro anos para chegar e, se Deus quiser, levar uma medalha dos Jogos Olímpicos da Juventude para casa”, sonha Vitor Gabriel, também de 17 anos. O atleta alcançou a classificação para os Jogos como líder do ranking Pan-Americano, que garantia vaga para os três primeiros colocados.
Nesta edição dos Jogos, o atletismo traz algumas novidades, como a disputa de uma prova masculina e feminina de cross-country para os atletas inscritos nos 1.500m, 3.000m e 2.000m com obstáculos. Outra prova nova é o revezamento 8 x 100m misto.
Também pelas regras da competição, os atletas que competirem nos eventos de curta e média distância e marcha atlética percorrerão duas vezes as mesmas distâncias, sempre em dias intercalados. O vencedor vem das melhores performances de ambas as corridas. Atletas que percorrem os 1.500m, 3.000m, 2.000m com obstáculos, distâncias que só têm uma etapa de competição, devem participar da corrida de cross-country. Em eventos de campo, os atletas também competem duas vezes, sendo que o desempenho em cada etapa determinará sua posição na classificação final.
O atletismo faz parte do programa dos Jogos Olímpicos da Juventude desde a primeira edição. Em Cingapura 2010, o Brasil conquistou três medalhas: duas de ouro com Caio Cezar Fernandes dos Santos (salto em distância e revezamento medley) e prata com Thiago Braz da Silva (salto com vara), atleta que conquistou uma medalha de ouro inédita para o Brasil nos Jogos Rio 2016.
Equipe brasileira
Do total da delegação brasileira do atletismo, 11 atletas são da região Sudeste e quatro da região Sul. Já o Nordeste e o Centro-Oeste contam com três representantes cada. Do total da delegação, 12 são apoiados pelo Programa Bolsa Atleta, o que representa um investimento anual de R$ 66,6 mil.
“Foi uma disputa muito difícil e acirrada para chegar aqui. Quando consegui a vaga, fiquei muito feliz. É uma oportunidade que não vem por acaso, a gente tem que agarrar, segurar e correr atrás de uma medalha. Eu quero brigar por uma medalha, melhorar a marca e subir para o top 20 dos melhores atletas”, conta a atleta de Mato Grosso Lissandra Maysa Campos, de 16 anos, que competirá no salto em distância.
A atleta de Foz do Iguaçu Erica Geni Cavalheiro, de 15 anos, também espera alcançar bons resultados em Buenos Aires, na prova dos 400m. “Eu estou esperando melhorar minha marca bastante. Eu sonho sim com pódio, com medalha. Acho que todo mundo sonha, né?”, pondera.
De acordo com Moratto, os atletas brasileiros são muito jovens para os Jogos de Tóquio 2020, mas há chance de disputa por vaga. “Talvez algum corredor de 100m ou 400m para revezamento. As chances são maiores, pois são quatro atletas que correm, dando uma maior possibilidade de vagas”, diz.