O Brasil todo está representado em Blumenau, Santa Catarina, sede dos Jogos Escolares da Juventude. O eixo Rio-São Paulo, os estados do sul e o nordeste sempre se destacam mais, só que ninguém brilhou mais do que Rondônia no ciclismo de pista.
Superando as mais diversas dificuldades, Orlando Souza desbancou todos, faturou três medalhas de ouro e chamou a atenção para o norte do país. O ciclismo de pista respira forte em Ariquemes, Rondônia.
Desde que chegou a Blumenau, o jovem não pensava em outra coisa a não ser competir e vencer. Olhar sério, compenetrado, muito maduro para quem tem apenas 17 anos.
“Eu vim para cá muito focado na conquistas da três medalhas. A prova de resistência é o meu forte, mas tive que treinar muito para também vencer no contrarrelógio e na prova por pontos”.
Só que para participar dos JEJ, o jovem atleta teve que contar com a ajuda do pai e de uma loja especializada em bicicletas. O ciclismo é um esporte caro, as melhores bicicletas fazem a diferença e é preciso investir.
Sendo assim, somando esforços, “paitrocínio”, custeio das passagens terrestres em Rondônia e as aéreas para os JEJ, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e o talento de Orlando Souza, Rondônia está no mapa do ciclismo de pista. O apoio é fundamental.
Só que sem incentivos, Orlando Souza pode não seguir como atleta, mesmo mostrando na pista seu enorme potencial. Para se ter uma ideia, Vitor Eduardo, também de Rondônia, campeão em Curitiba em 2017, está deixando, aos poucos, o ciclismo. “Ele é um grande atleta, amigo meu. Mas agora ele está mais parado, não está treinando muito, está focado mais nos estudos.”
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A vontade de vencer e provar o seu valor em Blumenau é uma forma de resistência. O ciclismo de pista tem muita estratégia, é preciso se manter à frente dosando a energia, arriscar, forçar o desgaste adversário. Mais do que uma briga contra todos, a disputa é contra o próprio corpo.
Só que Orlando Souza vem lutando também fora das pistas. Não é uma luta solitária, mas, às vezes, chega a ser mais desgastante do que uma prova. Esse foi o último JEJ do rondoniense. O ciclismo de Rondônia e o esporte brasileiro esperam que essas história não acabe em Blumenau.