As trigêmeas Bruna, Renata e Gabriela Garcia estão revivendo os tempos de atleta nos Jogos Escolares da Juventude Blumenau 2019. Foi na competição estadual do maior evento estudantil do país que elas iniciaram sua trajetória no handebol, há 18 anos, em Balneário Camboriú (SC). Apesar da dedicação ao esporte, o destino não foi muito generoso para elas como atletas e logo viraram árbitras, função que as três vêm se destacando nos últimos anos.
Como as partidas de handebol têm duplas de arbitragem, Bruna e Renata atuam juntas nas competições nacionais e, a partir desse ano, também nas internacionais. Já Gabriela não tem uma dupla fixa nos Jogos Escolares, já que o estado de Santa Catarina tem apenas cinco árbitras mulheres de handebol.
“A Bruna e a Renata fizeram o curso juntas e logo depois fiz o curso da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Estamos completando sete anos de arbitragem. Nesse ano, elas trabalharam em três competições internacionais e estão na fila de espera para em 2020 fazerem o GRTP (Global Referee Training Program, na sigla em inglês) e, quem sabe, terem a chance de participar de uma edição dos Jogos Olímpicos ou Campeonato Mundial”, conta Gabriela.
Apesar de estar distante das irmãs nas partidas, Gabriela exibe com orgulho a tatuagem que as três fizeram no braço, mostrando a união entre elas fora das quadras. Nascidas em Lages (SC), as três árbitras se mudaram para Balneário Camboriú (SC) ainda crianças e lá se interessaram pelo handebol.
“Jogamos juntas pelos times de Brusque, Videira e Itapema, chegando a disputar três Ligas Nacionais pela Univali, de Itajaí. Entre 2010 e 2013, conciliamos as carreiras de árbitra com a de atleta, mas depois passamos a nos dedicar integralmente à arbitragem. As pessoas podem até achar que somos atletas frustradas, mas na arbitragem há muita competição. Fazemos o nosso melhor para seguir crescendo na carreira e termos uma chance de nos destacarmos a nível internacional”, comenta Gabriela.
Em quadra, o trio é seguro, sério, disciplinador e tem fama de errar pouco. “Nossos jogos são quase sempre apitados por homens e foi ótimo ter uma mulher (Gabriela fez parceria com um árbitro) comandando o nosso jogo em quadra. Ela foi muito atenciosa, tem uma visão de jogo diferente. É mais detalhista e até assessorou o outro árbitro na partida”, diz a atleta Rayane Borges da Silva, 14 anos, do Colégio Santo Agostinho de Contagem (MG).
Os Jogos Escolares da Juventude são uma realização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com o apoio da Prefeitura de Blumenau e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte).