Ribeirão Preto perdeu a chance de ter um grande artista plástico, mas tem um dos melhores ginastas brasileiros de todos os tempos. Francisco, ou Chico Barretto como é conhecido.
“Eu gostava muito de matemática, não era bom, mas gostava, português também. Contudo, eu era bom mesmo de educação artística – Chico solta uma gargalhada. A professora me pedia os trabalhos e eu fazia super bem, levava jeito. Mas eu nunca tive muita facilidade para aprender, sempre corri atrás, para não repetir e cair de ano”.
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O assunto surge porque Chico Barretto foi um dos escolhidos para ser embaixador dos Jogos Escolares da Juventude 2019, em Blumenau. A ginástica artística ainda não faz parte do evento, mas entrará na programação de 2020.
“A ginástica artística entrando nos Jogos Escolares da Juventude só tem a acrescentar. Precisamos aumentar a cultura da modalidade no Brasil. As escolas terão que se adaptar, novos equipamentos, novos professores. quem tem a ganhar é só a ginástica. Torço muito para que dê certo. Tomara que as escolas enxerguem uma nova oportunidade, que coloquem a ginástica artística no ambiente escolares. É uma modalidade que dá suporte para todas as outras”.
E o clima em Blumenau, cercado de crianças e adolescentes, traz muitas memórias. Chico Barretto não teve a oportunidade de participar de um JEJ, mas tem lembranças dessa fase.
“Naquela idade eu adorei o clima, o evento, as crianças super motivadas para o campeonato. Eu não tive essa chance de jogar a competição nacional, mas participei dos Jogos Escolares da minha cidade. Deu muita saudade, como eu era, interagia com outros atletas, deu muita vontade , aquele frio na barriga, de nervosismo, foi muito legal reviver tudo isso em Blumenau”.
Os Jogos Escolares da Juventude são assim mesmo. Você chega achando que vai se inspirar, mas acaba inspirado. “É ótimo estar aqui. O convívio faz bem para todos. A competição ajuda evoluir como pessoa, é uma oportunidade de se tornar alguém longe das ruas, as crianças me inspiraram muito, meu filho também, constante a evolução e isso me faz buscar ser uma pessoa melhor”.
Foto Thalita Castanha
E o pai de Chico Barretto foi fundamental para o sucesso do filho dentro da ginástica artística. “A escola que o meu pai trabalhava tinha alto rendimento, o que conseguiu manter o meu treinamento e a evolução, uma pena ter acabado a ginastica de Ribeirão Preto. Saí com 13 anos, fui morar fora, longe da família. Tive que crescer e aprender, tudo sozinho, longe dos pais.”
Ainda empolgado com o clima escolar, o ginasta conta que pensa no futuro em retribuir tudo que aprendeu e viveu dentro e fora das competições. “Me formei em educação física, não tinha uma matéria preferida, mas me esforcei muito. Já me imaginei como professor. Mas no momento é foco dentro da modalidade, praticando, mas claro a gente procura sempre pensar no futuro. No pós-carreira, como professor, gestor, a gente vem pensando devagarinho, se for para ser professor que eu seja um bom!”.
Claro que os objetivos de Chico Barretto ainda estão todos dentro das competições. O ginasta vem de três medalhas de ouro na ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, tornando-se o primeiro na história do Brasil a conquistar esse feito na modalidade. E 2020 tá logo aí.
“A ginástica artística vem evoluindo, graças ao trabalha feito lá atras, com muito investimento. Melhor coisa é fazer com que o trabalho dê certo, voltar pra casa com o resultado positivo, retribuir todo investimento que é feio, todo o tempo gasto dos profissionais. O momento é muito bom, novas histórias, isso é motivação para as crianças também. E 2020, o Brasil todo está focada para Tóquio, para trazermos o melhor resultado possível, Precismo de muita energia de todos, o caminho é fazer crescer a modalidade.”