Assessora técnica da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), a tricampeã dos Jogos Pan-americanos Lucila Vianna acompanhou todos os jogos decisivos da handebol feminino dos Jogos Escolares da Juventude Blumenau 2019, nesta quarta-feira, 20, na Vila Germânica. Com o seu inseparável caderninho de anotações, a Observadora da maior competição escolar do país, está mapeando as futuras estrelas do esporte para as seleções mirim, cadete e júnior.
“Temos contato com todos os técnicos das escolas, que são os mesmos dos clubes, mas é muito melhor estar presente nas maiores competições. O objetivo é mapear todas as atletas que se destaquem para inserirmos nos campings das seleções de base. Os Jogos Escolares mostram, a cada ano que passa, jogos de nível mais alto. Essa final entre pernambucanas e cariocas parece da categoria adulto, não da cadete, tamanha a intensidade”, disse Lucila.
Capitã da seleção brasileira em duas edições dos Jogos Olímpicos, Lucila começou a jogar handebol no Colégio Estadual Antônio da Silva, no bairro de Morro Agudo, em Nova Iguaçu (RJ), e defendeu o Brasil por 16 anos, dez deles como capitã, trabalhando atualmente na detecção de talentos da modalidade.
“Comecei na escola. Nunca tive essa chance de disputar uma competição com essa visibilidade quando era estudante. A gente corria, se matava, esperava chegar numa idade para poder ser vista pelo técnico da seleção. E essas meninas com 12 anos, por exemplo, estão sendo observadas, cotadas e analisadas. Então, eu me coloco no lugar delas como uma oportunidade que não se pode perder”.
O Colégio Anglo Líder, de Recife (PE), conquistou as duas medalhas de ouro dos Jogos Escolares da Juventude Blumenau 2019 no handebol feminino. Sob os olhares atentos de Lucila, a equipe mirim – 12 a 14 anos – venceu o Colégio Dom Bosco Ahú, de Curitiba (PR), por 26 x 14. Destaque para a central Duda Oliveira, que marcou nove gols, e Raquel Ladeia, com oito.
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Bronze nos Jogos Escolares da Juventude Curitiba 2017 e quarta colocada em Natal 2018, Duda comemorou o título efusivamente. Ela conheceu o handebol apenas dois anos atrás e começou a praticar justamente para continuar estudando numa escola particular, caso da Anglo Líder.
“Estudava no Santa Emília, também de Recife, mas minha mãe não conseguia mais pagar o colégio e a amiga dela Carla, que é treinadora de handebol, me ensinou a jogar. Gostei tanto que passei a estudar no Anglo Líder com bolsa 100%. Na verdade, todas as meninas da nossa equipe ganham bolsa integral lá. Sobre os Jogos Escolares, foram cinco vitórias em quatro dias de competição. Entramos em quadra sempre com muito entusiasmo e acho que isso fez a diferença. Vencemos todos os jogos com boa vantagem de gols”, disse a jovem de 14 anos.
Na decisão do torneio para atletas de 15 a 17 anos, o Anglo Líder derrotou o Centro Educacional Suzano Costa, do Rio de Janeiro, por 24 x 19. Foi o segundo título consecutivo da escola pernambucana, que agora soma cinco troféus somente na categoria juvenil dos Jogos Escolares da Juventude: 2006, 2007, 2009, 2018 e 2019.
As artilheiras da final foram Clarice Felix e Serena Marques, ambas com sete gols. “Nossa equipe se dedica muito nos treinos e, infelizmente, estou me despedindo dos Jogos Escolares. Mas a maior parte das meninas vai continuar”, disparou Clarice. “Foi uma final pegada, um jogo puxado do início ao fim. Com muita dedicação, conquistamos esse título. A vitória recompensa todo o nosso esforço”, disse Serena, de 16 anos, que deve retornar à maior competição escolar do país no próximo ano.
A medalha de bronze do torneio ficou com o Colégio Gusch/Beneficente, de São Leopoldo (RS). Entre os destaques da equipe estão a gaúcha Mariana Furtado, de 1,81m e 16 anos, além de quatro atletas mineiras, que foram morar juntas na Região Sul do país. É o caso de Laura Lima, 15 anos, sobrinha do craque do futebol brasileiro, Reinaldo. Laura nasceu em Belo Horizonte e essa foi a sua terceira participação nos Jogos Escolares da Juventude. Para 2020, a equipe promete lutar por degraus mais altos no pódio.
Os Jogos Escolares da Juventude são uma realização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com o apoio da Prefeitura de Blumenau e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte).