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Jogos Escolares

João Derly e Kiko acompanham gaúchas nos Jogos de Blumenau

Autoconfiança de Carolina Marcon, campeã entre as superligeiros, impressiona João Derly e Kiko, que vieram acompanhar os Jogos Escolares de Blumenau.

Gaspar Nóbrega/Inovafoto/COB

Um dos estados com maior tradição no judô brasileiro, o Rio Grande do Sul parece estar com uma renovação muito bem encaminhada na modalidade. No primeiro dia de finais dos Jogos Escolares da Juventude Blumenau 2019, as quatro categorias femininas de 12 a 14 anos tiveram atletas gaúchas no pódio. Enquanto Carolina Marcon (36kg) e Maria Argemi (40kg) foram campeãs de suas categorias, Júlia Marques (44kg) e Giovanna Falavena (48kg) ficaram com o bronze.

Tudo isso sob os olhares de duas referências do esporte: o bicampeão mundial João Derly e o treinador Antônio Carlos de Oliveira Pereira, o Kiko, vencedor do Prêmio Brasil Olímpico em 2017 e que tem sob o seu comando diversos atletas da seleção brasileira (Mayra Aguiar, Maria Portela, Felipe Kitadai, Érika Miranda, Ketleyn Quadros, Daniel Cargnin, Nathália Brígida e Aléxia Castilhos). Kiko ficou impressionado com o nível técnico dos combates e, principalmente a atitude de Carolina, do Colégio Murialdo (Caxias do Sul)

“Ela passou por mim pouco antes da luta e disse: vou ser campeã, hoje ninguém quer mais esse título do que eu”, revelou o técnico da Sogipa, cinco títulos mundiais e quatro medalhas olímpicas no currículo.

Com apenas 12 anos, Carolina praticava ginástica no clube Recreio da Juventude, quando foi apresentada ao judô: “minha família não queria que eu praticasse judô porque achavam que iria me machucar. Acabei insistindo e servi como inspiração para toda a família. Hoje, a minha irmã mais velha, Luiza, e os meus pais também praticam”.

Quem vê o rostinho angelical da gauchinha não imagina a vontade que ela tem ao pisar no tatame. “Faço cara feia e grito para parecer mais confiante e dar medo nas gurias. Tem funcionado”.

Atual secretário de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, Derly considera competição essencial para a formação dos atletas brasileiros.

“Fui tricampeão dos Jogos Escolares Brasileiros (os JEBs, embrião dos Jogos Escolares da Juventude), entre 1996 e 1998. É uma oportunidade incrível para a gurizada. Abre muitas portas. Os jovens atletas vivenciam aqui uma verdadeira olimpíada, uma vez que os Escolares vão além da competição de judô. Eles se acostumam a um evento complexo e ganham muita experiência de vida”.

Rivalidade entre as ligeiros

Atleta do Grêmio Náutico União e estudante do Colégio Maria Imaculada, de Porto Alegre (RS), Maria Argemi conquistou a medalha de ouro na categoria ligeiro (até 40kg) ao vencer Victoria Frade, do Colégio Santa Mônica e do Instituto Reação (Rio de Janeiro).

“Estava muito nervosa, porque havia perdido para ela na Copa Rio 2018. Mas dessa vez foi diferente. No ano passado, fui medalhista de prata nos Jogos Escolares e queria agradecer a todos que me ajudaram, principalmente o Claiton Farias (bronze no meio-leve), que me inspira muito. Ele me irrita às vezes, mas gosto muito dele e queria que soubesse o quanto é importante na minha carreira”, contou a campeã brasileira e pan-americana em 2018.

Os Jogos Escolares da Juventude são uma realização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com o apoio da Prefeitura de Blumenau e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte).

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