Após viver uma das piores crises no ano passado, o atletismo brasileiro inicia 2019 em busca de novos ares. Em 2018, patrocinadores retiraram apoio, escândalos derrubaram dirigentes, mas o segundo mês da nova temporada marca a largada para muitos destaques da modalidade.
Campeão olímpico do salto com vara na Rio-2016, Thiago Braz participa deste sábado der um meeting indoor (pista coberta) em Rouen (FRA). Será sua terceira competição neste ano. Participou antes de duas competições,em Berlim (ALE) e Lodz (POL), onde alcançou marcas muito fracas, 5,56 m e 5,50 m respectivamente. Segundo o técnico Elson Miranda, ele ainda está se adaptando às varas das provas indoor.
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O que Thiago mais sonha, contudo, é ver em 2019 uma realidade diferente dos últimos dois anos. Em 2017, uma lesão o tirou do Mundial de Londres, mas nas competições anteriores o brasileiro não vinha conseguindo grandes marcas.
O quadro repetiu-se em 2018, ano em que teve apenas a 21ª melhor marca do ano, com 5,70 m. Quando levou o ouro na Olimpíada do Rio, Thiago saltou 6,03 m, atual recorde olímpico.
Crise geral
O mau desempenho do campeão olímpico nas pistas não foi o maior problema do atletismo brasileiro no ano passado. A modalidade perdeu sua maior equipe, a B3 (antiga BM&F), que tirou o patrocínio e deixou vários atletas e técnicos desempregados.
A crise atingiu também a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo). Envolvido em uma série de mal explicadas prestações de contas com dinheiro público, o antigo presidente José Antonio Martins Fernandes acabou renunciando. O vice, Warlindo Carneiro, assumiu o cargo.
Pelo mesmo problema de gastos mal justificados, a Federação Paulista sofreu intervenção da CBAt por não aprovar as contas dos últimos cinco anos. Seu presidente, Mauro Chekin, foi afastado.
A própria CBAt terminou o ano tendo suas contas bloqueadas pelo extinto Ministério do Esporte e também pelo COB. Em novembro, os repasses da leia Agnelo/Piva foram suspensos por problemas de conformidade em seu estatuto, ciuja nova versão foi aprovada no final de dezembro.
Resultados inéditos
Se deseja esquecer os momentos ruins fora das pistas, o atletismo brasileiro espera que ao menos uma coisa se repita este ano. Em 2018, pela primeira vez a modalidade conseguiu um de seus melhores resultados do ponto de vista técnico.
O ranking da Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo) teve seis brasileiros classificados entre os dez melhores do ano. Foi o dobro do que ocorreu em 2014, quando o Brasil teve três atletas no top 10.
Em 2018, terminaram entre os dez primeiros Gabriel Constantino (8º nos 110 m com barreira), Almir dos Santos (3º no salto triplo), Darlan Romani (5º no arremesso do peso), Núbia Soares (3ª no salto triplo), Andressa de Morais (7ª no lançamento do disco) e Fernanda Borges (8ª no lançamento do disco).
Gabriel, 23 anos e uma das grandes revelações do atletismo brasileiro, já participou de duas competições na temporada indoor, tendo ficado em 6º lugar em uma prova de 60 m com barreira na Polônia. Domingo (10), competirá em Lievin (FRA).
Já Almir, prata no mundial indoor do salto triplo em 2018, disputará uma série de competições nos Estados Unidos. A primeira delas neste sábado (9), Doug Raymond Invitational Meeting, em Kent, no estado de Ohio.
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