Na última quinta-feira (4), o tenista brasileiro Thomaz Bellucci revelou que foi pego em um exame antidoping em julho do ano passado. Sob sigilo, já cumpria a suspensão de cinco meses desde 1º de setembro. No dia 31 de dezembro, a ITF (Federação Internacional de Tênis) tornou o caso público. O brasileiro, que já foi 21º do ranking mundial, voltará às quadras em fevereiro.
Agora, um detalhe não pode passar batido em toda esta história.
Thomaz Bellucci, tênis; Cesar Cielo, Nicholas Santos, Henrique Barbosa e João Gomes Júnior, natação; Ana Cláudio Lemos, atletismo; Murilo Endres, vôlei.
O que todos estes nomes, alguns inclusive campeões olímpicos, têm em comum? Punidos por doping, todos alegaram teria sido flagrados em exames antidoping por causa de contaminação cruzada em suplementos alimentares, produzidos em farmácias de manipulação.
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Não quero aqui entrar no mérito se a alegação tem ou não fundamento. Até porque eles foram punidos nos respectivos tribunais de suas federações. No caso de Cielo, Nicholas e Barbosa, houve apenas uma advertência por parte da Fina (Federação Internacional de Natação), em 2011.
A questão que levanto não é discutir punições, culpados ou inocentes. O que é importante notar tem a ver com a incrível quantidade de casos positivos de doping no Brasil por contaminação cruzada. Muito maior do que em qualquer outro país.
Leigo que sou, admito não entender o motivo de tantos atletas brasileiros recorrerem a suplementos alimentares. Pior ainda, o motivo de optarem pelas farmácias de manipulação, diante da quantidade de casos positivos de doping nos últimos anos.
Será que não há nenhuma outra maneira “natural” que um atleta de alto nível não possa optar para complementar sua dieta e preparação? E se tiver necessidade de utilizar estes suplementos, por que não usar produtos que atendam às recomendações de segurança para evitar os famigerados “resultados analíticos adversos”?
A praga das contaminações cruzadas em casos de doping no Brasil me leva a duas conclusões: ou as nossas farmácias de manipulação são de péssima qualidade ou os atletas brasileiros são muito azarados. Para dizer o mínimo.
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