A Comissão de Atletas do COB (Comitê Olímpico do Brasil) marcou posição a respeito do novo estatuto da entidade. Ainda na quarta-feira, soltou uma carta criticando durante a decisão da maioria das confederações em vetar a maior presença de atletas na Assembleia Geral. A proposta apresentada era de colocar 12 representantes com direito a voto. Em uma manobra discutível de 15 cartolas, foi aprovada a presença de apenas cinco integrantes.
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Em um texto longo, de quatro páginas, assinado pelo judoca Tiago Camilo, presidente da Comissão, o órgão diz que a “decisão de rejeitar a proposta da participação de atletas, correspondente a 1/3 do total de Pessoas Jurídicas Filiadas ao COB, descaracteriza e fere a postulação, pela comunidade esportiva e pela sociedade civil, de implementação de um processo mais democrático, no âmbito do COB, quanto à discussão e aprovação de temas relativos ao esporte olímpico brasileiro”.
Além disso, pede que o presidente do COB, Paulo Wanderley, analise a decisão da Assembleia que anulou o voto da CBRu (Confederação Brasileira de Rúgbi) e que volte a incluir a proposta de aumentar a representatividade dos atletas na Assembleia na próxima revisão do estatuto, prevista para ocorrer daqui a dois anos.
Foi perfeito o posicionamento da Comissão de Atletas, formada por grandes nomes do esporte brasileiro, muitos deles campeões olímpicos e mundiais. Mas esta tomada de posição não pode ficar apenas em cartas e palavras. É preciso ir além. A pressão sobre o COB tem que ser intensa daqui em diante. Só mostrando firmeza e aproveitando a mudança no comando da entidade que os atletas conseguirão ampliar seu espaço.
Não custa lembrar que o COI (Comitê Olímpico Internacional) aguarda o novo estatuto do COB, que segue suspenso parcialmente, sem direito a receber as verbas de publicidade da entidade. Possivelmente essa punição será revogada em breve, diante das mudanças aprovadas nesta quarta-feira. Porém, uma maior representatividade dos atletas dentro do COB agradaria muito mais nos corredores da sede do COI, em Lausanne.
O lado conservador da cartolagem olímpica brasileira ganhou a batalha. Resta saber se vencerá também a guerra.
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